"Em 2018 vimos o que uma minoria ruidosa foi capaz de fazer ao Sporting. Ao longo deste ano temos visto o que outra minoria ruidosa tem feito ao FC Porto.
Infelizmente não estamos imunes a esse tipo de minorias que, na sua ignorância histórica e numa total ausência de cultura desportiva, se julgam mais esclarecidos que os restantes associados e se acham donos dos clubes. Não o são, nem representam o sentimento de paixão clubista que une milhões de adeptos - embora façam mais barulho nos estádios e se multipliquem como cogumelos nas redes sociais.
Vivemos tempos estranhos e perigosos. Já vi o Benfica passar onze anos sem ser campeão, dois deles sem sequer se qualificar para as competições europeias, e não me recordo de haver tão ruidosa e violenta contestação. Quem aterrasse agora no país e não olhasse para as classificações, ao ouvir o que se diz, ao ler o que se lê, seria levado a pensar que a nossa equipa estava em 6.ª lugar e não festejava um título há mais de uma década. Ora, ainda não fez um ano que fomos campeões, não só de futebol (com este mesmo treinador), como de básquete, de hóquei, de vólei e de quase todas as modalidades femininas. Nas últimas três temporadas chegámos sempre aos quartos-de-final das provas da UEFA (duas delas na Champions). E somos o clube português mais robusto do ponto de vista financeiro e infraestrutural.
Podemos gostar mais ou menos do treinador. Podemos concordar ou discordar desta ou daquela contratação. Temos direito à opinião. Mas quem é verdadeiramente benfiquista não confunde opinião com tumultos e arruaça.
O Benfica é nosso, sim. Mas de todos nós. Sobretudo daqueles que o tratam com carinho e o apoiam nos melhores e nos piores momentos, respeitando quem o representa.
Se não houver paixão nem respeito, então mais vale nem haver futebol."
Luís Fialho, in O Benfica
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