"Espero que esta não seja a última temporada do Di Maria com a camisola do Benfica. Neste ano, o Angelito entrou com o pé direito - aliás, com o pé esquerdo - com a conquista da Supertaça, mas despediu-se do clube onde despontou para um patamar que só os melhores dos melhores são capazes de tocar, sabe a muito pouco. É insosso.
O Di Maria, talvez por ser tão magrinho, não se cansa de querer engordar o palmarés. Não sou nutricionista, mas lembro-me bem de aprender a roda dos alimentos nas aulas de Ciências: uma Liga Portuguesa, uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga seriam nutrientes ricos em fibras e proteína para o argentino se lambuzar nos próximos 12 meses. E uma Liga dos Campeões também seria fonte de vitaminas e minerais essenciais para alimentar a prateleira lá de casa, onde estão expostas as medalhas mais importantes que o futebol conhece. O nosso craque argentino não escondeu ao longo de toda a temporada uma vontade enorme de enriquecer ainda mais essa valiosa estante com mais títulos conquistados de águia ao peito. Há quem utilize prateleiras no hall principal para exibir molduras com fotografias e envergonhar os filhos na adolescência, como a minha mãe, e há quem as use para exibir medalhas de campeão do mundo. São gostos.
Aso 36 anos, o pé esquerdo do nosso craque argentino continua sem precisar de consultas no oftalmologista. Seja qual for a bola, a chuteira, ou o relvado, os olhos daquele pé canhoto mantêm uma visão com saúde plena, tanto ao porto como ao longe. Não sei que número calça, mas acho que o 39 lhe assentaria muito bem na próxima época."
Pedro Soares, in O Benfica
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