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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

"Cartão Azul” – Episódio 3


"Hoje recordamos um dos maiores escândalos do desporto português da última década, cujo desfecho acabou por passar impune aos olhos de todos. Falamos do jogo com maior duração de sempre na história do campeonato português: o célebre Estoril Praia - FC Porto, de 2018, cujo intervalo durou 38 dias, tendo o jogo sido interrompido ao intervalo por causas misteriosas que apenas os elementos dos Super Dragões poderão esclarecer.
Factos cronológicos do caso “EstorilGate”:
• Julho de 2015: FC Porto vende Carlos Eduardo por 5.5 milhões de euros ao Al Hilal.
• Março de 2018: Procuradoria Geral da República abre um inquérito após uma denúncia relativa a alegados actos de corrupção por parte do FC Porto devido a uma misteriosa transferência de valores avultados pagos pelo FC Porto durante o intervalo do jogo.
Francisco J. Marques revelou, na altura, que dos 784 mil euros pagos ao Estoril Praia durante o intervalo, uma parte foi relativa a dívidas da transferência de Carlos Eduardo para o Al Hilal e outra parte relativa à cedência temporária de Licá.
Sabemos, através dos R&C da Porto SAD, que em 30 de junho de 2017 não existia qualquer dívida descriminada à Estoril SAD. A fatura, segundo Francisco J. Marques, foi emitida em 26 de Novembro de 2017. O problema desta afirmação? É que é mentira. A dívida já tinha sido descriminada em 28 de fevereiro de 2017, como comprovam os R&C da Porto SAD.
Poucos dias após a revelação de Francisco J. Marques, saiu uma notícia no jornal Record afirmando que as contas da Porto SAD sempre referiram as dívidas relativas ao Estoril Praia no capítulo "Outros passivos (...)" nas contas anuais de 2016/17, assim como no ano anterior. Segunda mentira.
Vamos então montar as peças do puzzle:
1- Se em 2016/17 e em anos anteriores a dívida esteve sempre presente em "Outros passivos”, porquê alterar o R&C da Porto SAD em 2018, após o escândalo rebentar?
2- Se a Estoril SAD ainda detinha 20% do passe do Carlos Eduardo, não deveria essa percentagem ser subtraída dos 5.5 milhões de euros (20% da venda), ou seja, 1.1 milhões de euros? Porque se iria referir a 20% da percentagem pertencente ao FC Porto e não à Estoril SAD?
3- Tendo em conta os 20% relativos à transferência do Carlos Eduardo e aos outros valores descriminados por Francisco J. Marques, e, citando o mesmo, somando mais “90 mil euros, mais outra transferência de 95 mil euros respeitantes ao empréstimo ao V. Guimarães, mais 119 mil euros pela cedência ao Nottingham Forest e outra ainda de 100 mil euros”, não conseguimos chegar aos tais 784 mil euros transferidos durante o intervalo do jogo que durou mais de um mês entre o Estoril Praia e o FC Porto. O contrato da transferência do Carlos Eduardo indica que o FC Porto recebeu 2 milhões de euros em 4 prestações do Al-Hilal. Será que foi paga uma parte da dívida anteriormente? Se sim, quanto? Quais os valores? Onde estão as provas? Onde estão os documentos?
4- Reconhecendo as dificuldades financeiras do clube, como é que o Estoril Praia se deu ao luxo de ver um jogador que foi dos seus quadros ser vendido por 5.5 milhões de euros em julho de 2015 e decidiu apenas enviar a factura em novembro de 2017, recebendo o dinheiro em fevereiro de 2018, a meio de um jogo com o seu devedor?
5- Se demoraram 2 anos a preparar uma factura e 3 anos a receber as verbas relativas à venda, onde constava a informação nos R&C anteriores? Se o Director de Comunicação do FC Porto disse que não têm nada a esconder, porque é que o FC Porto recusou enviar o original da factura à CMVM?
Como toda a gente que nos segue já sabe, fazemos o trabalho de casa bem feito, portanto, vamos partilhar com vocês o R&C da Porto SAD relativo ao primeiro semestre de 2017/18:
http://imgur.com/a/TnBjQyQ
Segundo o R&C, a dívida detalhada à Estoril Praia – Futebol SAD era de 0 euros em 30 de junho de 2017. Em 31 de dezembro de 2017, a dívida era de 784.000 euros. Com dívidas a surgir dum semestre para o outro, não admira que o Passivo da Porto SAD seja o maior de sempre na história do futebol português. Em 30 de junho de 2013, o passivo encontrava-se nos 220.2 milhões de euros. Em 30 de junho de 2018, o passivo ultrapassava os 464 milhões de euros. Observamos, portanto, um aumento de 111% em apenas 5 anos. Misterioso, não?
Por fim, o episódio mais bizarro no meio desta história toda e digno de bruxaria. Na jornada que antecedeu o Estoril Praia – FC Porto, Kleber, na altura jogador do Estoril Praia e ex-jogador do FC Porto, forçou o quinto cartão amarelo frente ao Feirense, falhando assim o embate com o FC Porto. Francisco J. Marques tentou, rapidamente e com o seu jeito atabalhoado, justificar a façanha. Umas semanas depois, Kleber é filmado a contar vários maços de notas no seu carro, ao que tudo indica junto ao Banco Carregosa.
Sabe-se agora através da operação “Cartão Azul” que este banco tem funcionado como saco azul de Pinto da Costa, sendo o dinheiro levantado quase sempre em notas. Foi assim que, no espaço de um ano, foram pagos 600 mil euros à bruxa de Matosinhos e que Fernando Madureira, líder da claque dos Super Dragões, terá recebido, do mesmo modo, 160 mil euros de Pinto da Costa.
O jogador e o seu empresário alegaram que o vídeo não era recente, mas, como diz, e bem, um conhecido peão amestrado do FC Porto, «perante os factos é natural que as pessoas suspeitem».
Continuaremos a levantar a ponta do véu."

1 comentário:

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