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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O atrevimento de Pedro Sousa

"Pedro Sousa, ex-jornalista da TVI, e ex-director de comunicação do Sporting durante o mandato de Godinho Lopes é, desde Janeiro deste ano, Director do Canal 11, a plataforma de conteúdos da Federação Portuguesa de Futebol.
O seu início de novas funções não podia ser mais auspicioso. Consumada a ascensão da insignificância, passou a vigorar a desfaçatez ou a sobrevivência desavergonhada. Há dias, decidiu presentear-nos com umas declarações que, se não houvesse registos que as comprovassem, todos diriam ser inventadas. Veio Pedro Sousa lançar um repto ao Conselho de Arbitragem, para que este esclareça a actuação de Jorge Sousa no recente encontro que opôs o SC Braga ao Sporting CP.
Diz o antigo jornalista que Jorge Sousa «teve um critério nos amarelos na primeira parte no mínimo discutível». Não fosse o cargo que ocupa e as suas declarações não teriam qualquer problema, são lugares comuns, que se ouvem em qualquer tasca do burgo. No entanto, Pedro Sousa, enquanto Director do Canal da Federação Portuguesa de futebol – ou seja, de todos os clubes Nacionais! - tem de ter uma postura equilibrada, equidistante e, sempre que se justifique, pedagógica. E quem o diz não somos apenas nós, é a própria FPF, proprietária do Canal: “Diferente no debate e na opinião, o 11 chega para mostrar o futebol de outra forma”.
Pedro Sousa é sportinguista, e tem todo o direito em sê-lo, desde que, naturalmente, consiga compatibilizar o seu fervoroso clubismo ao cargo que ocupa. Ser Director do Canal 11 não é propriamente o mesmo que ser responsável pelo Departamento de Comunicação do Sporting. Exacto, Pedro Sousa, como mencionámos no início da publicação, já o foi. Assumiu a função em Outubro de 2011, tendo cessado a sua ligação ao clube de Alvalade quando Bruno de Carvalho foi eleito presidente.
À semelhança de quase todos aqueles que andam no mundo do futebol, é um individuo com múltiplos contactos, e que se sabe movimentar, como o prova os movimentos que fez aquando do julgamento do seu litígio laboral com o Sporting. Aí, Pedro Sousa terá pedido a José Veiga que intercedesse junto do doutor Juiz Rui Rangel, para que este o favorecesse no processo. Em troca, José Veiga teria a ajuda de Pedro Sousa, por interposta pessoa, a sua esposa, que o poria em contacto com alguém que o pudesse ajudar na compra do Banco Internacional de Cabo Verde.
Estas declarações de Pedro Sousa são apenas mais um exemplo do modo de actuação do Canal 11, que é financiado por receitas obtidas por uma pessoa colectiva de utilidade pública e, como tal, tem deveres de imparcialidade e equidistância. Não se deve comportar como um veículo informativo de facção, mas como um elemento agregador dos portugueses em redor do futebol e das suas selecções. Ou Pedro Sousa revela estar à altura destas exigências, ou a direcção da FPF tem o dever de o substituir."

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