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sábado, 23 de outubro de 2021

Na estrada


"Das propostas apresentadas por Rui Costa ao longo do período pré-eleitoral, houve uma que me tocou particularmente.
Como é óbvio, não foi apenas por isso que votei no Maestro (até porque o outro candidato também falou no assunto), mas a ideia de lançar as bases para um eventual regresso do Benfica ao ciclismo foi uma espécie de cereja no topo do programa eleitoral. Mais do que responder ao anseio de muitos adeptos, esse regresso responderá aos ditames da própria história do Benfica - que, recorde-se, estenta uma roda de bicicleta no seu emblema.
Há quem diga que a enorme popularidade do Benfica no território português se deve, mais do que ao futebol, e antes de Eusébio, aos feitos velocipédicos de José Maria Nicolau. O grande ciclista do Cartaxo brilhou sobretudo na primeira metade da década de 30, quando já se disputava a Volta a Portugal, mas ainda não havia Nacional de futebol. Então, era o ciclismo que levava as cores e os símbolos dos principais clubes aos locais mais recônditos do país, exibindo-se à porta de gente para quem o que se passava em Lisboa ficava demasiado distante. A popularidade dos ciclistas era, por isso, muito grande, e José Maria Nicolau tornou-se o primeiro grande ídolo do benfiquismo.
Depois dele, muitos outros ciclistas brilharam de águia ao peito. Já nos anos 70, o Benfica chegou a participar em três edições da Volta à Espanha, onde até ganhou etapas.
Nos últimos anos, os benfiquistas amantes da modalidade têm sido forçados a engolir sucessivos êxitos do FC Porto. Já é altura de lhes pôr termo. Na estrada, e em respeito pela nossa história."

Luís Fialho, in O Benfica

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