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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A morte de “comandos”

"Já são 17 o número de mortos contabilizados nos “comandos”, cuja responsabilidade atribuímos ao “Estado Maior do Exército”

É absolutamente incompreensível que, em tempo de paz, morram “comandos”, ou melhor, instruendos para os “comandos”, por incompetência dos instrutores militares.
Não aceitamos que no século XXI, se ande “para trás”, no tocante à preparação física, ensinada e praticada no Exército, pois regrediu, de tal forma que levou à morte de vários “comandos”.
Pelas nossas contas, já são 17 (dezassete) o número de mortos (baixas), contabilizados nos “comandos”, cuja responsabilidade atribuímos ao “Estado Maior do Exército”, que de facto, não foi capaz de equacionar, devidamente, com seriedade e objectividade, esta questão da preparação dos instrutores de Educação Física do Exército.
Desde 1964 que a Academia Militar começou a sentir grandes dificuldades, neste sector, e por isso viu-se obrigada a recrutar licenciados, civis, em Motricidade Humana, porque os militares de carreira, estavam no Ultramar, na guerra, desde Março de 1961.
De assinalar que estes civis até foram “obrigados” a leccionar, “ginástica de aplicação militar”, já que não havia quem a pudesse leccionar, por ausência de recursos humanos.
Vinte anos mais tarde, por acção e influência, de licenciados, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa, mas militares de carreira, foi criado o “Grupo Disciplinar de Motricidade Humana”, com cadeiras teóricas, de “Metodologia do Treino” (D-302) – Métodos de Treino –, e de “Desenvolvimento e Adaptação Motora” (D-301), para além da “Prática Pedagógica”, ensinar a ensinar, que no seu conjunto, deram aos futuros Oficiais do Exército competências profissionais superiores, nesta área, com reflexos positivos nos resultados, e com ausência de mortos. 
Isto durou cerca de 20 (vinte) anos, até que, por volta de 2001/2002, o comandante da Academia Militar, com o suporte, certamente, do “Estado Maior do Exército”, daquela altura, extinguiu esse “Grupo Disciplinar de Motricidade Humana”, com os resultados que estão à vista...
Hoje sabemos que foram razões políticas, partidárias e pessoais, que levaram à extinção do “G.D.M.H.”, de modo a afastar um docente das ditas disciplinas teóricas que, ao contrário de outros, não era “Leninista”, nem apaniguado do “Lenine”...
Mas por essa irresponsabilidade, ninguém, até hoje, foi responsabilizado, facto, para nós, incompreensível.
Também muito grave, a nosso ver, é o actual “Estado Maior do Exército” permitir que a instrução de treino físico, seja “leccionada” por pessoas sem creditação académica, ao nível da licenciatura, pela Universidade, e que seja feita por pessoas com apenas 6 (seis) meses de preparação com um “pseudo-curso” de Educação Física em Mafra.
Estamos a assistir ao “julgamento” dos responsáveis directos (no terreno), na praça pública, com acusações muito graves, do Ministério Público aos réus, de irresponsabilidade, e não só... 
Não compreendemos que não haja, para o futuro, a ideia de reparar o erro, praticado no passado.
Esta devia ser a resposta do actual “Estado Maior do Exército”, pois, acreditamos que são pessoas sérias, e bem intencionadas, e que só querem o bem do Exército e do país.
Foram formados na Academia Militar, aonde aprenderam a servir o país, não através de uma profissão, mas sim de um “Sacerdócio”, e que, inclusive, estavam dispostos, se necessário, a dar a vida para proteger, e salvar, a Nação.
Juraram isso, e nós assistimos, a esse juramento, durante 40 (quarenta) anos, e por isso esperamos que alguma coisa mude, por que, de outra forma, pensamos, que a não ser assim, ou haverá pedidos de exoneração de funções, ou afastamentos compulsivos, para que, no futuro, não haja militares, a serem acusados, pelo “M.P.”, na praça pública, de serem irresponsáveis e responsáveis pela morte de militares.
Quem está “em cima” tem obrigação de proteger os que estão “abaixo”, e ao mesmo tempo, de defender a honra, e a dignidade, do Exército e da Academia Militar, que é uma Instituição ímpar e que preparou, prepara e preparará, no futuro, grandes chefes militares que irão enquadrar, em caso de guerra, a população em armas (Exército), de modo a defender o País e a preservar a Nação."

1 comentário:

  1. O Curso de Comandos tem um protocolo e modelo, desde 1961.
    Não necessita de professores.
    Atingir os limites é um dos pontos importantes.
    Mas são acções e procedimentos repetidos no tempo em todos os cursos de Comandos.
    Pode melhorar? Sim claro que sim!
    É necessário haver bom senso? Sim
    Claro que sim!!
    Mas preparar um soldado para um cenário de guerra adverso, que executa as suas missões nas linhas do inimigo carece de uma preparação fisica e mental sempre nos limites!!
    Cabe às chefias militares introduzir melhorias que permitam salvar vidas!!
    Se existem meios tecnicos para avaliar o estado fisico e mental face ao esforço extremo, então que se apliquem!!
    Mas não pensem que isso irá impedir outras mortes que acontecerão!!
    Se se minimizar o risco ao ponto de impedir um Comando de realizar as suas missões em território inimigo...Então acabem com o curso!!
    Uma coisa vos garanto...a Paz não é um bem eterno e em caso de guerra não existe força Militar mais bem preparada que os Comandos!!

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