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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A solução continua a ser Vieira

"A sucessão será tranquila, independentemente do número de pretendentes ao trono. O juiz Rangel foi adversário de Vieira há quatro anos e é agora um dos subscritores da sua candidatura.

quatro anos, por esta altura, o juiz Rangel anunciou a sua candidatura à presidência do Benfica e, nesse sentido, foi entrevistado em A Bola TV pelo jornalista José Manuel Freitas.
No entanto, em vez de aproveitar a oportunidade para uma explicação convincente a quem o via no ecrã e dar esclarecimentos sobre os princípios de um programa alternativo ao do outro candidato, preferiu criticar-me com base num texto que assinei e que o juiz classificou de abusiva intromissão no processo eleitoral. Considerou ele que emiti opinião tendenciosa e favorável a uma das partes. Para que não restassem dúvidas, ao mesmo tempo que se libertava da sua indignação,leu passagens do escrito e comentou-as em tom exaltado. Como costuma dizer-se, foi um momento brilhante em televisão que José Manuel Freitas não só não patrocinou como lhe colocou ponto final.
Que terei eu escrito que pudesse irritar o juiz? Nada de especial. Sem duvidar das suas boas intenções e de quantos o acompanhavam, permiti-me colocar reservas sobre o sucesso da candidatura, pela pressa com que havia sido desenhada, sugerindo então que talvez fosse mais sensato Rangel assumir uma oposição atenta, participativa e rigorosa, e perfila-se, desde aí, como rosto visível da sucessão a Vieira, o que não fez.
Há quatro anos escrevi em título que A solução Vieira, porque da grandiosa empreitada por ele erguida faltava-lhe concluir a chamada terceira fase e que tinha a ver com a recuperação da liderança no futebol. O défice de títulos constituía o ponto fraco do seu projecto e aquele que a lista de Rangel naturalmente iria explorar. Vivia-se ainda numa época em que o grande Jorge Jesus perdia mais do que ganhava. Estávamos em Outubro 2012, no dealbar de uma época dolorosa para o mundo benfiquista, principalmente para o seu presidente.

A solução continua a ser Vieira e, pelos vistos, quem comigo se irritou em 2012 deve ter chegado à conclusão que o caminho é este: apoiar a linha de continuidade e recusar a confluência de ruídos que qualquer tentativa de disputa pelo poder, hoje como há quatro anos, iria provocar. É evidente que ninguém defende uma presidência eterna, mas também ninguém quer ver repetidas catastróficas experiências esboçadas entre jantares de duvidoso fervor clubista e com soluções trôpegas riscadas em guardanapos de papel que descambaram em pesadelo, ao permitirem a entrada em cena de coveiros disfarçados de salvadores com asinhas de anjo...
O Benfica não precisa mais de candidatos surpresa, nem de vendedores de ilusões. Vieira vai sair um dia, é a lei da vida, e quando esse dia chegar não faço a menor ideia de quem lhe poderá suceder, mas julgo errar pouco se adiantar que a figura que os adeptos elegerem não representará mais um tiro no escuro, como sucedeu no passado. Será uma figura conhecida, escrutinada e idónea. Será uma sucessão tranquila, independentemente do número de pretendentes ao trono. Tanto assim que o juiz Rangel foi adversário de Vieira há quatro anos e é agora um dos subscritores da sua candidatura. Reflexo daquilo que pode considerar-se o trabalho invisível em que o presidente benfiquista muito se tem empenhado para superar divergências internas e colocar o acento tónico na aglutinação de sensibilidade em nome do objectivo comum que é o Benfica do futuro: mais forte, mais rico e mais vitorioso.
(...)"

Fernando Guerra, in A Bola

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