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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Quente Janeiro

"Jogo do Benfica com o Belenenses foi uma outra final, um bom alerta para uma equipa que vai iniciar um Fevereiro 'louco'

1. Sim, eu sei, foi um Janeiro frio e, até, chuvoso. Sim, eu sei, foi um Janeiro em que a União Europeia perdeu um relevante membro e, assim, o Brexit se concretizou. Para alegria de muitos e tristeza de muitos(as) outros. Mas com Londres a receber, em Julho próximo, as meias-finais e a final do Europeu de futebol! Sim, eu sei, foi um Janeiro em que o coronavírus se propagou rapidamente e determinou uma emergência global e, logo, uma séria preocupação geral. Sim, eu sei, foi um Janeiro, entre nós, com casos que fervem e com divulgações que geraram múltiplas inquietações. E múltiplas discussões e outras tantas proclamações. Mas o que sei mesmo é que foi, objectivamente, o mês de Janeiro mais quente do futebol português. Quente em receitas e quente em visibilidade externa. Sim foi um Janeiro que proporcionou a alguns clubes - em rigor às suas SAD's - um verdadeiro euromilhões! Foi, assim, um quente Janeiro para as tesourarias de algumas sociedades desportivas que, desta forma, ganham algum ar, pagam urgências/evidências e mostram que há talento e visão de prospecção no futebol português. No top das cinco maiores transferências deste quente Janeiro estão duas que envolvem jogadores portugueses: Bruno Fernandes e Trincão. No primeiro lugar o ex-capitão do Sporting e em terceiro o jovem talento do Sporting de Braga. E logo para dois dos grandes clubes do mundo, como o MU e o Barcelona. Com Trincão a ficar, resguardado em Braga até o pós Europeu de futebol, com uma cláusula de rescisão de 500 milhões de euros! Impressionante! E sabendo nós que a de Messi é de 700 milhões e a de Griezmann é de 800! Mas sem esquecermos jackpot que Tapsoba proporcionou ao Vitória de Guimarães! Que jackpot mas com a nota que foi o Hertha de Berlim o clube mais gastador desta janela, bem à frente no top-5 de Nápoles, Mónaco, Manchester United e Espanhol. Aqui com RdT, o ex-jogador do Benfica, a envolver metade dos cerca de quarenta milhões de euros gastos pelo outro clube de Barcelona neste mercado de Janeiro. Diria, em rigor, que esta janela de oportunidades não pode esquecer que estamos em ano de Europeu e de Jogos Olímpicos e vivemos este angustiante período de vírus da China que levou muitos jogadores que actuavam na liga chinesa a regressar, num instante, à Europa e, em regra, através da figura de empréstimo. E com Benfica e Manchester United, por mero exemplo, a receberem, respectivamente, Dyego Sousa - bom reforço! - e Odion Ighalo!

2. O Benfica venceu, num jogo bem sofrido, o B-i na passada sexta-feira. A noite estava chuvosa e, daí, a Luz não ter atingido os cinquenta mil espectadores. Mas ter mais de 47 mil evidencia bem a ligação forte entre bancadas e relvado, mesmo no final da tarde de uma sexta-feira em que o sofá era bem mais sugestivo do que a cadeira do estádio! E esta vivida ligação, que nunca se questiona, sabe bem que sofreu face à equipa bem liderada por Petit. Acho que foi um jogo difícil, diria que um jogo menos conseguido. O Benfica sofreu dois golos, o que, em termos internos, só tinha ocorrido em Agosto passado frente ao Porto. Foi um jogo em que Taarabt mostrou as suas imensas qualidades, Chiquinho evidenciou as suas potencialidades. Weigl justificou a sua aquisição e em que Vlachodimos confirmou que é um guarda-redes em que se confia! Mas o jogo, que de verdade foi uma outra final, foi um bom alerta para uma equipa que vai iniciar um Fevereiro louco. Com múltiplas finais e, logo, com jogos que determinam ou o acesso a uma final - Taça de Portugal - ou a ultrapassagem de mais um obstáculo no sonho de chegar, de novo, a outra final, a da Liga Europa. Na verdade, são sete os jogos do Benfica neste mês que ontem arrancou. Terça próxima, Famalicão na Luz e sábado Futebol Clube do Porto no Dragão. Depois segunda-mão em Famalicão e encontro na Luz face ao renovado Braga de Rúben Amorim. Depois os dois confrontos bem complexos, com o Shakhtar de Luís Castro e, no meio, a deslocação a Barcelos para uma outra final com o Gil Vicente de Vítor Oliveira! Sete jogos e sete finais na linguagem serena e realista de Bruno Lage. Que, sublinhe-se e realce-se, somou, na passada sexta-feira, quarenta e sete vitórias em sessenta e uma partidas na liderança técnica do Benfica! E nestas finais de Fevereiro exige-se, como sempre, vontade e concentração, humildade e disponibilidade.Tendo como prioridade - sim como prioridade, digo-o! - a conquista desta nossa Liga NOS. Determinante a todos os títulos. Sem prejuízo de uma larga presença europeia ser bem importante nos tempos próximos das novas competições europeias, e, por excelência, do, ainda em discussão, seu enquadramento de acesso.

3. (...)

4. (...)"

Fernando Seara, in A Bola

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