Últimas indefectivações

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

'Cojones'

"O futuro do papel enquanto plataforma de jornalismo é indefinido. Discute-se muito em todas as redacções do mundo, levanta-se questões, lança-se variadas hipóteses mas... ninguém tem resposta séria à pergunta: «O que fazer?»
A verdade é que, seja qual for a plataforma, o cidadão comum continuará a querer estar informado. E, sobretudo, desejará estar bem informado. É por isso, também, que, há muito tempo, repito a ideia de que, seja no barro, seja em papiro, em papel, na rádio, na TV ou na net, o mundo pode mudar muito mais aquele que, na pré-história, bateu na pedra para deixar um legado informativo da sua realidade através de gravuras rupestres, esse continuará sempre por cá, ora a bater nas teclas dum computador, ora a falar para um microfone, ora a gravar um vídeo no telemóvel.
Mas só tem uma forma de sobrevivência para lá da voragem aparentemente alienada dos tempos de hoje: mais do que ser original, característica muito importante, tem de ser credível. E essa credibilidade constrói-se, nasce dos anos e anos de notícias verdadeiras, de respeito por fontes e leitores, de trabalho, muito trabalho.
É assustadora a voragem dos nossos dias, em que as informações nascem sabe-se lá como e sabe-se lá onde, até que se transformam em monstros que acham por invadir os meios chamados tradicionais ou credíveis. Continuo, porém (e chamem-me ingénuo), a acreditar que, no fim, a verdade vencerá sempre a mentira, o justo vencerá sempre o injusto e a realidade conquistará sempre a invenção...
Nem que seja necessário alguém com cojones, como um futebolista do país vizinho, convocar uma conferência de imprensa para explicar a um pseudo-jornalista que a partilha de um vídeo com comentários do que lhe parecer ser não é jornalismo; que a informação sem investigação não é jornalismo; que a cópia do que se faz na casa ao lado não é jornalismo."

João Pimpim, in A Bola


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