Últimas indefectivações

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A chave

"Quando dizemos chave, vem-nos à cabeça uma de duas coisas, o carro ou a casa, e não há quem não tenha já esquecido uma delas ou ambas. Porém, os incómodos e minidramas que essa situação provoca passam na hora e esquecem no dia seguinte. Trago este exemplo, não para comparar ou vulgarizar o assunto, mas para que ao ler estes linhas cada um de nós tenha a medida exacta da enormidade que é perder a cada da família. Na verdade, é inimaginável perder a própria casa num ápice e restar na mão a chave inútil, mas foi esse o drama vivido por tantos e tantos portugueses que foram vitimiados pelos incêndios do ano passado.
Uma das comunidades mais afectadas foi Pedrogão Grande, logo em Junho ainda à espera do Verão, atraiçoada pelo fogo da maneira mais trágica e cruel. O país assistiu então, incrédulo, à contagem de vítimas que não parava de subir e deu-se conta da destruição de tantas famílias. Imediatamente se mobilizaram com tudo o que podiam, quotizando-se, contribuindo em bens e dinheiro, ou mesmo carregando carrinhas e metendo os pés a caminho. Também a Fundação Benfica respondeu à chamada e disse 'pronto'. Primeiro com a criação de uma linha de apoio logístico à disposição da ANPC, depois com a disponibilização junto do fundo Revita para intervir nas situações de maior fragilidade social e, finalmente, com a criação dos projectos de prevenção e educação 'Faz da tua escola um viveiro' e 'Fica bem seguro' - jogo de educação para a prevenção nas escolas portuguesas. Foi desta forma, ponderada e responsável, que a Fundação actuou desde logo e continua ainda hoje a trabalhar reagindo ao sucedido e contribuído para que não volte a suceder. No entanto, embora a nossa acção não esteja centrada nas reconstruções, não poderíamos ignorar o pedido da Câmara Municipal de Pedrogão Grande, quando apresentou à Fundação Benfica um conjunto de casas sinalizadas junto do fundo Revita e da CCDR Centro. De entre as situações propostas, ressaltou uma situação particular em Vila Facaia, pela gravidade da situação social, pobreza, saúde e insalubridade da habituação. Metemos mãos à obra em tempo recorde e, dois meses depois do anúncio no local pelo presidente Luís Filipe Vieira, o presidente da Fundação Benfica, Carlos Móia, entregou a chave da nova casa a esta família que pôde assim começar uma vida bem diferente e bem melhor que a que tinha antes do incêndio!
Felicidades!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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