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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A figura número 1 da Liga

"Porque os deuses são assim mesmo, quando Rui Vitória desafiou o senso comum e fez dele o homem mais adiantado, Jonas deu resposta digna de um predestinado e resolveu todos os problemas. A equipa ganhou equilíbrio com mais um médio e ele, como ponta-de-lança isolado, continuou a marcar, contra as previsões mais pessimistas, ao ritmo dos maiores bombardeiros do futebol actual. Prova de que, expressando-se preferencialmente pelo engano e pela fantasia, também é melhor do que os outros quando fala verdade e prioriza a eficácia. Jonas é um fenómeno também pela potência de tiro, a curta, média e longa distância; pelo extraordinário jogo de cabeça, no qual conjuga todas as armas específicas, desde instinto, coragem, tempo de salto e técnica de cabeceamento.
Pelas características associativas do seu futebol, é conveniente que tenha outro avançado por perto. De preferência alguns metros à frente, para que o jogo combinado se estenda numa fatia mais alargada de terreno. Assim, é-lhe mais fácil recuar e dialogar com os médios, prolongando a cumplicidade até à zona de definição. Chegou até a dizer-se que só seria útil nesse enquadramento, porque a equipa precisava de maior equilíbrio no miolo. Nessa altura muitos pensaram, sem o terem assumido claramente (alguns por pudor e vergonha), que ele, o melhor jogador da equipa, constituía um problema ao seu bom funcionamento.
Para Jonas, o futebol não tem segredos quando jogado do meio-campo para a frente. Porque tem um poder de síntese absolutamente fantástico, conhece todos os caminhos para o golo, incluindo os atalhos mais sombrios; esteja de costas ou de frente; à direita, à esquerda ou ao meio; mais perto ou mais longe do destino final; é uma delícia vê-lo em acção permanente, a impregnar de malícia cada bola que toca; a aumentar a tensão dos envolvimentos colectivos como uma bola de neve a crescer, até à explosão final do golo que, afinal, esteve sempre muito mais perto do que imaginamos. Sem bola, pressiona, persegue e cai em cima; interrompe, obriga o antagonista a escolher outras soluções, inverte a tendência do jogo e galvaniza os companheiros. Quando recupera a iniciativa está sempre disponível e nunca se esconde; quando é para concluir o rendilhado, luta, chega, encara e define com elevado sentido prático.
Jonas é um talento muito acima do comum dos mortais, que executa milagres como se fossem simples formalidade; deslumbra plateias rendidas ao seu talento, leva companheiros a darem graças a Deus de o terem a seu lado e faz com que os adversários se sintam gratificados por pisarem o mesmo relvado que ele. Jonas atinge grau de exaltação tão sublime que suscita a dúvida se não será bom em demasia para se expressar nos nossos palcos – se é tão grande aos 34 anos, imaginemos como foi aos 25. O compromisso assumido com o Benfica, quando apareceu na Luz há quatro anos, vindo do Valência (era um recém-trintão), faz parte do segredo para o lugar que ocupa na história do clube e para as marcas deixadas no futebol português, no qual é o expoente máximo de um ciclo.
Pistolas está muito para lá dos números esmagadores que o suportam; é um génio que pensa mais depressa, vê mais longe e executa melhor; daqueles magos raríssimos que vulgarizam obras-primas executadas à média de meia dúzia por jogo, em forma de truques, toques, dribles, remates e até golos; é um extraterrestre da cabeça aos pés, apto para a rotina e para o excepcional, que satisfaz a estatística e as emoções; comove por generosidade e inteligência; que nos conquista por eficácia e perfeição. Com características, enquadramento e números distintos, desde Rabah Madjer, na segunda metade dos anos 80 do século passado, que um estrangeiro não trazia tanto e tão bom ao futebol português. 

Lucas tem tudo para ser grande
Quase nada lhe falta para jogar e ser influente numa grande equipa
Lucas Evangelista é um jogador fascinante (já se sabia) mas que revela agora potencial extraordinário (não precisava de exagerar). Frente ao Sporting, o jovem brasileiro revelou estar muito acima do patamar que lhe parecia reservado. Tem intensidade tremenda, sentido posicional apurado, tempo de entrada e técnica individual; é talentoso na condução, rápido, articulado e solta a bola com precisão. Um craque.

Rony Lopes já delimitou espaço
Em França, o passeio do PSG não impede que outros craques se expressem
Rony Lopes está a fazer grande época no Monaco. Apesar do mediatismo esmagador das estrelas do PSG, o português tem o seu espaço bem delimitado como grande figura da equipa de Leonardo Jardim, na qual tem sido muitas vezes decisivo – 6 golos apontados. Agora, com o Lyon, que esteve a ganhar por 2-0, coube-lhe selar a reviravolta com o terceiro golo monegasco. Continua na luta por um lugar no Mundial.

Edinho teve resposta perfeita
O Vitória ganhou na Liga ao fim de 11 jogos sem conhecer o sabor do triunfo
Edinho fez o que lhe competia face à depressão que se abateu sobre o Bonfim com a saída de Gonçalo Paciência. O veterano avançado assumiu o papel de substituto natural, mostrou que não estava acomodado e joga como se tivesse 25 anos. Frente ao Belenenses marcou um golo espectacular (livre directo perfeito) e lançou vitória que mostrou um V. Setúbal unido, comprometido, ambicioso e competente."

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