"Václav Havel: estadista, dissidente político e dramaturgo Checo. Autor d'O Poder dos Impotentes, uma crítica ao regime comunista da Checoslováquia e um sinal de alerta para as democracias ocidentais.
Alguns dos tópicos principais do livro são:
- A apatia das pessoas;
- A falta de pensamento crítico;
- O comodismo do povo;
- O medo de mudança.
Ao ler mais do livro, fui tirando ilações e não parava de comparar o que estava escrito no livro com a vida real. Uma dessas comparações foi com o Benfica, como não podia deixar de ser.
Vamos por partes:
A apatia das pessoas, no livro, ao viverem num país onde o regime instalado há décadas serve os interesses oligárquicos em detrimento das promessas que fez ao povo fez-me pensar na apatia dos sócios benfiquistas em ter um clube onde a direção tem membros que estão à décadas em funções e que servem os interesses instalados em vez das promessas feitas aos sócios de um Benfica competitivo desportivamente e estável financeiramente.
A falta de pensamento crítico, representada no livro pelo facto das pessoas declararem lealdade ao regime sem pensar e, consequentemente, dando legitimidade a um regime medíocre, fez-me lembrar no facto de muitos sócios declararem apoio à Direção atual sem pensarem nos factos de que a maioria dos membros desta foi conivente com muitas decisões questionáveis (para dizer pouco), prejudicando o Benfica.
O comodismo do povo, ao aceitarem a mediocridade, censura e qualidade de vida baixa fez-me lembrar dos sócio que aceitam o nosso insucesso desportivo, com 4 títulos em 28 ganhos no futebol desde 2017, e o nosso endividamento económico mesmo com vendas (não tão) excecionais de ativos.
O medo da mudança, representado pelo povo que, atacando opiniões/posições das pessoas apoiantes das alternativas ao regime, defende o regime instalado por terem medo de que as mudanças reclamadas pela minoria divergente sejam piores do que o que está agora fez-me lembrar dos sócios apoiantes da Direção atual do Benfica que criticam e atacam as posições/opiniões dos sócios defensores das alternativas.
No entanto, a minoria que, na Checoslováquia, reclamava menos corrupção, mais liberdade, mais transparência e mais meritocracia tinham razão. O país, após a Revolução de Veludo em 1989, seguiu os ideais democráticos do Ocidente, modernizou-se e, hoje em dia, o povo Checo está mais feliz, é mais bem pago, tem serviços e infraestruturas melhores que antes de 1989 e a economia checa é mais forte que antes.
O mesmo pode acontecer no Benfica, sem haver revoluções mas havendo mudanças. Mudanças fazem parte da vida, uma instituição sem mudanças é uma instituição morta. Eventualmente, o Benfica terá de mudar para continuar a crescer e os Impotentes (os sócios) têm essa decisão crítica a tomar. Aos sócios incertos, com medo de mudança ou até mesmo aos sócios que discordam deste ponto de vista, faço a seguinte pergunta:
Querem um Benfica renovado ou o mesmo Benfica que vemos desde 2003?
Viva, sempre, o Sport Lisboa e Benfica!"
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