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terça-feira, 3 de outubro de 2023

A surpresa de mr. Schmidt


"Irá o treinador do Benfica correr o risco de repetir, em Milão, o seu trio maravilha?

Foi surpreendente a decisão de Roger Schmidt ao juntar Neres, Rafa e Di María no onze inicial. Não tanto por optar juntar três dos maiores talentos da sua equipa, coisa que já muitos benfiquistas há muito reclamavam, mas por testar tal escolha, precisamente, no jogo que poderia oferecer maiores dificuldades no equilíbrio defensivo do Benfica.
A conclusão generalizada foi a de que assim se provou que a presença simultânea dos três criativos na equipa não só é possível como fortemente aconselhável.
É evidente que todas as afirmações assentam num fator objetivo: o Benfica ganhou o jogo e o golo da vitória foi conseguido numa jogada de Neres, concluída por Di María. Não havia como justificar, sequer, a mais pequena dúvida.
Mas passaram dois dias sobre o clássico e a frieza da distância temporal permite-nos não pôr em causa a decisão do treinador, mas levantar uma questão que, sendo legítima, em boa verdade não pode ser respondida: e se o FC Porto não ficasse a jogar apenas com dez, a partir dos 19 minutos, a mesma experiência continuaria a ser imaculada e inatacável?
Eis um tema que tanto pode constituir mera retórica académica, sobretudo se for analisado em função do jogo já jogado, mas que também se pode tornar importante se tentarmos prever que Benfica iremos ter no futuro, caso o seu treinador insista no trio que apaixona os benfiquistas.
Na sua última crónica, em A BOLA, aquele que considero um dos melhores e mais sensatos comentadores de futebol, que se chama Diogo Luís, colocava «em jogo» o atual problema de equilíbrio defensivo do Benfica, em momentos de reação à perda da bola. Ora, nesse particular, não se espera que o Benfica melhore com a presença conjunta de Neres, Rafa e Di María. Tal como assinala Diogo Luís, com esse trio em campo, o Benfica beneficia na sua qualidade atacante, mas não resolve, antes pelo contrário, o seu défice de coesão defensiva e de intensidade de pressão sem bola. Daí que seja prudente considerar que possa constituir um perigo acrescentado a opção conjunta dos três jogadores para o jogo com o Inter.
De qualquer forma, Schmidt vai ter de optar. Defenderá melhor em Milão se atacar melhor e com mais perigo, ou voltará a ser mais conservador e regressar ao ponto de partida, abdicando de um dos seus talentos?"

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