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segunda-feira, 4 de março de 2013

Rabo competitivo

"A frase é de Bélla Guttmann, proferida em 1962. Na altura, o Benfica bicampeão da Europa, depois de aviar Barcelona e Real Madrid, perdia o Campeonato Nacional para o Sporting. Como era possível? Na fortaleza de Costa Pereira, Germano, Cavém, Coluna, José Augusto, Águas, mais os emergentes e sensacionais Eusébio e Simões. “Não há cu para duas cadeiras”, judiciou o técnico austro-húngaro, ainda hoje considerado um mago da bola.
O Benfica acaba de perder a hipótese de reconquistar a Taça da Liga. Há meses, perante o mesmo adversário, o FC Porto foi afastado da briga na Taça de Portugal. O problema é de rabo e de cadeiras? É, é mesmo. Por mais consistente que uma equipa seja, o futebol tem uma lei terrorista, mesmo cruel, essa que reza o empeço de vencer todas as competições. Guttmann tinha razão. Os rabos, maiores que sejam, não cobrem todas as cadeiras competitivas.
Surpresa com a eliminação do Benfica na Liga? Surpresa na anterior eliminação do FC Porto na Taça? Sem fundamento. Afinal, que aconteceu, recentemente, ao Barcelona, a melhor equipa mundial da actualidade  O Real Madrid, dos nossos Mourinho e Ronaldo, esmagou a turma catalã, em recinto familiar, sem ponta de controvérsia. Faltou rabo ao colectivo de Messi? Faltou mesmo. A cadeira escaqueirou-se, outras se vão fragmentar. Com rabo alheio. Rabo competente que até não é síncrise de outro rabo não menos competente. Mas menos rabo para o imperativo de mais rabo.
Guttmann introduziu a doutrina do rabo. Fê-lo sabiamente. Já lá vão anos, muitos anos. Já lá vão rabos, muitos rabos. O povo adepto fica rabioso, mas não adianta rabujar. Rábula de Guttmann? Rabugice com rábida."

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