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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

... e, contudo, uma semana com tudo

"Já em Setúbal, o Sporting provou da 'cicuta' de que tanto beneficiou na primeira volta.

Cada qual com a sua ó(p)tica
Sobre o Benfica - D. Chaves, e em síntese: vitória categórica, ensombrada, todavia, pela grave lesão do croata Krovinovic, que muita falta vai fazer nesta fase crucial do campeonato. Que solução para a sua difícil substituição é o que agora pergunto ansiosamente, ainda a dias de fechar o 'mercado de Inverno'?
Depois das manobras de toda a espécie em que esta época tem sido fértil, e neste período em que o Benfica tem jogado com classe e vencido com indiscutível merecimento, eis que surge na coligação entre Campanhã e Lumiar uma nova inventona: a de que nos jogos contra o SLB, os opositores 'facilitam' (tenho de pôr entre aspas, por respeito a estes clubes), jogam pouco, começam vencidos, etc. Sporting de Braga e Tondela foram os alvos preferidos. Abel Ferreira já respondeu categoricamente aos insultos (aqui sim, sem aspas). No caso do Tondela lá tiveram de engolir (saborosamente, claro) um infeliz lance e assistência de um defesa tondelense para o golo solitário do FCP. Ai se fosse com o Benfica, o que já estariam a expelir nas redes sociais os que insinuam aparvalhadamente que a vida tem sido facilitada ao meu clube!
Já em Setúbal,o Sporting provou da 'cicuta' de que tanto beneficiou na primeira volta (contra o mesmo Vitória, com um penálti discutível, Rio Ave, Braga, Feirense...). Percebo a frustração, mais do que justificada. Já não percebo a atitude de Fábio Coentrão. Ou melhor, compreendo toda a sua fúria própria de um adepto fervoroso (como ele disse, «sou um homem e não uma máquina»). Mas não compreendo que um profissional que já passou por grandes clubes não seja capaz de se controlar e de evitar cenas impróprias. É também para isso que ele e outros são pagos e peso de ouro. Dir-se-á «Coentrão mostra a sua força"»... tudo bem, como excelente jogador que é, mas tudo mal dando cabo de propriedade alheia e insultado o árbitro sem qualquer razão.
Parece estar na moda que árbitros sejam complacentes para com atitudes indignas ou precipitadas de jogadores. Há pouco tempo, foi Brahimi que, com um gesto indisfarcável, nao a quente, e a um metro do árbitro Artur Soares Dias, lhe sugeriu que não estava bom da cabeça. Punição: zero. Agora foi Coentrão que, a centímetros de cara de Fàbio Veríssimo (sempre tão garboso a mostrar cartões), lhe atirou com impropérios que se podiam bem ler nos lábios do jogador, já depois de ter levado um cartão amarelo por pontapear a bola para o quintal. Punição: zero. O quarto árbitro deve ter visto o rombo no banco de suplentes ainda com o jogo decorrer. Punição: zero. Já agora, noutro plano, Mathieu fez o penálti assinalado sobre Edinho que estava isolado. Punição: cartão amarelo, em vez de vermelho. Ai se isto tudo fosse com o Benfica, o que já teriam dito os doutos chefes das propagandas verde e azul!
Nesta altura, lembro-me de mais uma das muitas tolices do chamado Acordo Ortográfico. É que óptico (relacionado com a vista) perdeu, coitado, o p e passou a ótico. Tal e qual se escreve ótico (dos ouvidos). Alguém que se apresente com um problema ótico, logo se porá a questão se tem de ir ao oftalmologista ou ao otorrinolaringologista...
Com os casos atrás citados, percebi, finalmente, a utilidade ao AO. Os árbitros em causa têm problemas óticos, não há dúvida: um, ótico do olho, o outro, ótico do ouvido. E o VAR esse tem problemas óticos, simultaneamente do olho e da orelha. Uma verdadeira enfermeira arbitral, oticamente falando!

De repente tantos especialistas
Toda a expertise em sobressalto. Para todos os gostos e para todas as possibilidades de decisão. Engenheiros civis, mestres de obras, supervisores, geólogos, técnicos hidráulicos, juristas, jurisconsultas, especialistas em direito desportivo, dirigentes federativos, treinadores, encanadores, sismólogos, fiscais de obras, técnicos municipais, pedreiros, projectistas, amadores, ambientalistas. Não faltou sequer a sentença definitiva do novo técnico de estruturas cimenteiras que costuma falar às terças-feiras, no Canal Porto. Um rodopio,ao qual só faltou o emplastro. horas e horas a fio, entre comentadores encartados a encarreirados pela imagem mil vezes repetida de uma sanita em modo inactivo. Avisadamente, o Conselho de Estado, que reuniu na passada sexta-feira, não se pronunciou sobre o assunto. Finalmente, calaram-se veio o ditame do LNEC.
Assim vai o nosso querido futebol. De caso em caso, até ao acaso (ou será ocaso?). «Queremos ganhar no campo», dizem em uníssono os novos paladinos da verdade desportiva. Mas - hélas! - 'há os regulamentos», afirmam quase com um ar compungindo, embora sempre acompanhado de um cínico e falso «Ganhar na secretaria? Jamais!»
Neste caso do Estoril, será que, para os mesmos pensadores, os regulamentos seriam interpretados de igual modo se o resultado dos primeiros 45 minutos fosse 0-1 e não 1-0?
Há, aliás, um aspecto que continuo a não entender: por que razão se falou agora tanto de um nexo de causalidade (?) entre a interrupção do jogo e a responsabilidade do clube visitado e nunca o ouvi invocar quando as torres de iluminação deixarem de funcionar em alguns jogos. Ainda há duas semanas no Feirense - Vitória de Setúbal isso aconteceu, pelo que o jogo - o jogo, repito - não podia realizar-se às escuras. Mas, claro, não houve polémica, porque não estava nenhum 'grande' em causa...
Agora deve seguir-se a parte B desta novela: jogar ou não no campo do Estoril, depois, aliás, de a temerosa e obediente Liga não ter tido os regulamentos no sítio, ou seja, não ter sido capaz de impor o que neles está previsto: continuação do jogo nas 30 horas seguintes.


Afinal, Estoril e Vitória têm campos grandes!
Depois de ter lido a crónica de Miguel Sousa Tavares sobre a dimensão dos estádios em Portugal fiquei, com acrescida curiosidade, em pesquisar sobre o assunto. Para isso servi-me dos Cadernos de A Bola 2017/18 e - confesso - tive algumas surpresas. Como se pode ver no quadro, o maior relvado é o do velhinho Bonfim (em área e comprimento) e os dos 3 grandes todos com a mesma dimensão (tal como o Marítimo), só surgem na 6.ª posição, atrás do agora tão badalado e considerado na crónica referida como um campo pequeno, o Estádio Coimbra da Mota. Aliás, este juntamente com o Restelo e o Bessa até são os campos com maior largura! Se exceptuarmos os campos do Aves, Chaves, Feirense e Portimonense, o tamanho não tem grandes variações.

Ou seja, não é por aqui que a situação se pode considerar prejudicial para o futebol jogado. Já o mesmo não se pode dizer de outras condições, a mais notória das quais é o estado de alguns relvados, ainda que registando melhorias face a épocas transactas.

Dimensões dos relvados
1.º V- Setúbal, 7383 m2; Comp. 107m; Larg. 69m
2.ª Belenenses, 7350 m2; 105m; 70m
3.ª Boavista, 7350 m2; 105m; 70m
4.ª Estoril, 7350 m2; 105m; 70m
5.ª V. Guimarães, 7208 m2; 106m; 68m
6.ª Benfica, 7140 m2;m 105m; 68m
7.ª FC Porto, 7140 m2; 105m; 68m
8.º Sporting, 7140 m2; 105m; 68m
9.ª Marítimo, 7140 m2; 105m; 68m
10.ª Tondela, 7140 m2; 105m; 68m
11.ª SC Braga, 7035 m2; 105m; 67m
12.ª Moreirense, 7035 m2; 105m; 67m
13.ª P. Ferreira, 7020 m2; 104m; 67,5m
14.ª Rio Ave, 6930 m2; 105m; 66m
15.ª Feirense, 6630 m2; 102m; 65m
16.ª Portimonense, 6592 m2; 103m; 64m
17.ª Chaves, 6500 m2; 100m; 65m
18.ª Aves, 6400 m2; 100m; 64m

Contraluz
- O título que falta: A Taça da Liga
FCP e SCP vão lutar pela final da competição que sempre 'enjeitaram', mas que agora visam conquistar pelo seu irradiante significado competitivo. Seria bom fazer-se uma compilação do que disseram sobre a mesma quando o Benfica conquistou as já suas 7 Taças...
- Assistência: 55.952 espectadores
É a média registada pelo Benfica em 2016/17 e que, segundo o mais recente relatório da UEFA, está no 12.ª lugar europeu e no 1.º lugar se excluirmos as ligas britânica, alemã e espanhola. No jogo do passado sábado estiveram quase 58.000 pessoas na Luz!
- Frase: «Prefiro ser um bom homem a um bom treinador»
Assim reagiu o treinador do Sporting de Braga Abel Ferreira às diatribes e insinuações maldosas de colegas da mesma profissão. Muito bem!"

Bagão Félix, in A Bola

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