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segunda-feira, 27 de abril de 2015

'Operação Marquês' ficou em 'stand-by'

"Confesso que gosto de jogos fechados, com muita táctica à mistura. São mais difíceis de apreciar mas valem mais do que aparentem.

O Benfica-FC Porto esteve longe de ser espectacular. Com boa vontade vislumbraram-se duas oportunidades, uma para cada lado (Jackson, primeiro, e Fejsa, depois) e houve uma preocupação constante por parte das equipas de não se desposicionarem, defendendo sempre em superioridade numérica. Os treinadores (compreendendo-se melhor Jesus do que Lopetegui) estiveram longe de enviar estímulos atacantes aos seus jogadores e estes foram sempre escrupulosos nas marcações. O jogo foi tão fechado que pôs fim a 92 jogos dos encarnados sempre a marcar na Luz. E para quem possa ter dúvidas da prudência de Julen Lopetegui, o facto é que Quaresma só jogou a segunda parte e Aboubakar nem do banco saiu.
É fácil dizer que não se veem jogos assim no futebol inglês. Mas isso não corresponde a toda a verdade. De facto, a Premier League é um fantástico espaço de espectáculo, mas quem seguiu as incidências, por exemplo, do Arsenal-Chelsea de ontem - o jogo do título em Inglaterra - sabe que Mourinho conteve a equipa adversária com uma teia de seis médios, todos eles em regime de disciplina táctica espartana. E que dizer do último Real Madrid-Atl. Madrid da Champions? Dificilmente se encontrará um jogo mais italianizado que esse...
Ontem, na Luz, na cabeça de Jorge Jesus esteve a certeza de que o empate não era um mau resultado. Sem Salvio, chamou Talisca mas o brasileiro foi o elo mais fraco a defender, perdendo vários duelos com Alex Sandro. Com Pizzi, esse flanco ficou mais protegido, mas onde o pragmatismo falou mais alto foi na entrada de Fejsa, para, com Samaris, compor um duplo-pivot de respeito. A esta medida pragmática, que não contribuiu para maior espectacularidade do jogo mas deu mais consistência defensiva ao Benfica, respondeu Lopetegui com... pouco. Onde o FC Porto precisava de mais presença, se de facto queria ganhar o jogo, era na área contrária e Jackson Martinez andou sempre só, marcado à vez por Jardel e Luisão. Faltou coragem a Lopetegui para colocar Aboubakar ao lado do capitão, apostando num 4x4x2 que lhe permitisse incomodar verdadeiramente o Benfica.
Uma vitória encarnada colocaria a Operação Marquês em movimento. Assim teve de ficar em stand-by. Domingo há mais."

José Manuel Delgado, in A Bola

1 comentário:

  1. O Flopatêgo veio à procura de num 'chóriço', fazer um golo.

    Se mete o Aboubacar e abre o jogo acabaria por o perder...!

    Penso eu de que!

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