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domingo, 27 de outubro de 2019

Uma semana - três jogos

"Os que gostam, de verdade, de futebol terão uma tarde/noite de prazer e de dor. Sim o futebol é paixão e é desilusão

1. Hoje é um verdadeiro domingo gordo em termos de futebol doméstico. Os que gostam, de verdade, de futebol, terão uma tarde/noite de prazer e de dor. Sim o futebol é paixão e é desilusão, é muito prazer e intensa dor. Teremos VAR, decerto. E esperamos bons jogos e bons golos. Numa semana teremos três jogos por clube para a nossa principal Liga! Tudo arranca, em termos de grandes, em Tondela no início da tarde e tudo termina em Alvalade já a noite de novo horário irá adiantada. O Benfica sabe que, com ou sem nota artística, tem de chegar às cinco da tarde na denominada liderança provisória da Liga. E ver - ou escutar - as incidências no e do Dragão onde o surpreendente Famalicão tudo fará para acentuar o qualificativo de equipa surpresa desta edição da Liga NOS. E para terminar o primeiro domingo com mudança de hora o Sporting defrontará um Vitória de Guimarães que na passada quinta-feita quase surpreendida, em Londres, um aristocrático Arsenal. E para amanhã fica o Sporting de Braga depois de uma saborosa vitória em Istambul. O Benfica de Bruno Lage, com Rafa em ausência prolongada, tem quatro jogos determinantes. Onde o colectivo se tem de impor e onde o talento individual se tem de evidenciar. Hoje frente a um Tondela sempre aguerrido e depois na Luz os confrontos, nada fáceis, frente a Portimonense e a Rio Ave, bem liderado por um sagaz treinador, Carlos Carvalhal. E depois a decisiva deslocação a Lyon onde se decidirá a permanência na Liga dos Campeões. Não esquecendo nós de enaltecer, tal como a UEFA fez, a simbólica e sugestiva atitude do Benfica que no jogo no Estádio da Luz frente ao Lyon utilizou nas camisolas, de forma inovadora e pioneira, a mensagem da campanha Equal Game, campanha que visa promover os valores da igualdade no futebol contra o racismo, o sexismo e a pobreza. Está este Benfica de parabéns! E nos quatro jogos que irá disputar não faltará apoio à equipa e onde o verdadeiro benfiquista - que também sabe reconhecer aquele outro que pensa diferente! - assume cada jogo com total paixão e sofrendo com o clube do seu coração. E sabendo que não tem outro clube que tanto o faça vibrar e sofrer e sabendo, também, que nos novos tempos da nova indústria do futebol há que dizer ao neoliberalismo que nos condiciona que há gente que resiste e sabe dizer não! Ou seja que é livre! E a liberdade é dizer sim, quando importa e dizer não quando a consciência o determina!

2. Os jogos da semana que ora termina das competições europeias de clubes permitiram que Portugal, no ranking da UEFA, atingisse o sexto lugar e ultrapassasse a Rússia. Sabemos que se no final da presente época desportiva mantivermos este honroso lugar, Portugal terá mais uma equipa na Liga dos Campeões na sua edição de 2012/2022. Também sabemos que no que concerne à presente época desportiva (2019/2020) estamos no quinto lugar de uma possível tabela. A Holanda, no nono lugar no ranking, te um coeficiente de 7,000, nós de 5,700 e a França - no quinto lugar actual no ranking global - 4,833. E até ultrapassamos a Itália - a quarta classificada! - que tem um coeficiente esta época de 5,500. São boas notícias para o futebol português, para a sua competitividade e para um necessário acréscimo de visibilidade no que respeita à nossa Liga, e num momento em que se anunciam revoluções no futebol mundial e europeu. Em termos de futebol mundial a FIFA acaba de anunciar para Junho de 2021, um novo Mundial de clubes, diria que um super Mundial de clubes que terá vinte e quatro equipas! Por ora, e até alá, mantém-se, e no Catar, e em Dezembro de 2019 e 2020, o Mundial com sete clubes e onde, este ano, o renascido Flamengo ambiciona, legitimamente, chegar! A decisão, está tomada e a FIFA responde à UEFA e à sua Liga dos Campeões. E joga na China para efeitos de receitas globais, onde entram a publicidade e os direitos televisivos. E, aqui, nada como acompanhar essa experiência inovadora que é o Canal 11 e os expectantes exclusivos televisivos. Em termos europeus as Federações holandesa e belga dão pública nota do aprofundamento do estudo acerca da possível criação de uma Liga conjunta e até se anuncia um nome provável que resulta das primeiras letras de cada um dos dois Estados: BeNeLiga! O futebol, nas suas estruturas neoliberais, está mesmo a mudar. Mas convém não ignorar o povo. Cada vez mais exigente e que, como se vê nos dias de  hoje, sabendo que pode reclamar, manifestar-se, até assobiar! De Santiago do Chile a Paris, de Barcelona a Hong Kong, de Londres a Beirute! E na China... nada. Talvez a escolha da FIFA não seja assim... inocente! Nada mesmo!

3. Na passada sexta feira o Estádio da Luz, o novo, celebrou 16 anos. Recordo o momento inicial. Na presença de Jorge Sampaio, Presidente da República, o Benfica derrotou o Nacional de Montevideu e com dois golos de Nuno Gomes venceu o emblemático clube do Uruguai. O pontapé de saída foi, naturalmente, do saudoso Senhor Eusébio da Silva Ferreira. Permitam três notas. Desde logo, e perante vozes que defendiam um estádio municipal em Lisboa, o esforço de muitos e, em especial, o músculo financeiro de Luís Filipe Vieira, Manuel Vilarinho, Humberto Pedrosa, José Guilherme e Vítor Santos. Depois, o que em boa hora será enaltecido na próxima quinta-feira, a dedicação e o empenho totais de Mário Dias, o verdadeiro arquitecto da nova Luz. Sei bem que ali passou milhares de horas e que se entregou, de alma e coração, - como o seu filho Mário sempre me referenciou, tal como a meu querido filho Alexandre, eles que são da geração de 84! - ao projecto da sua vida e do seu clube do coração. E, por último, e por ser justo, ao engenheiro jurídico que também lutou pela construção da nova Luz, o Dr. João Correia. Basta recordar que uma renhida Assembleia-Geral deliberou a destruição do velho estádio e a edificação de um novo estádio. Houve um conjunto de associados que requereram uma providência cautelar de suspensão de deliberações sociais tentando, em consequência, impedir o início dos trabalhos de demolição. A luta foi dura. Bem dura. Já que se eles ganhassem a providência cautelar a obra não se iniciaria já que estaria em causa o crime de desobediência. A obra arrancou. O músculo financeiro dava garantias efectivas. A engenharia jurídica ganhou. Tenho para mim que todos merecem ser reconhecidos. E saudades. Para já envio um abraço apertado ao Mário Dias. Sei bem o que lutou por um projecto e que luta pela Vida. Sei bem! Mas também sei que há benfiquistas, benfiquistas de sempre, que não perderam a memória e não permitem, nem permitirão, que haja uma revisão da história ou uma limpeza em fotografias!

4. (...)"

Fernando Seara, in A Bola

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