Últimas indefectivações

domingo, 29 de abril de 2018

Da denúncias

"Era o tempo em que Cosme Damião no Benfica e Salazar Carreira no Sporting achavam (por excesso de romantismo) que o futebol estava a ser «desvirtuado» por um «vício escondido» (o profissionalismo que eles abominavam) - e Cândido de Oliveira e Ribeiro dos Reis já andavam na crista da onda da modernidade, a espalharem pelos jornais ideia contrária:
- ... defender o falso amadorismo é que é defender a mentira no futebol.
Neca era jogador no Porto e tendo a mulher a morrer de tuberculose aceitou desafio que lançaram de Braga, a justificação deu-a num vale de lágrimas:
- É o drama da doença, o trabalho que me faltava, a minha arte a atravessar a crise e eu a precisar de dinheiro, de dinheiro para tratar da mulher, coitada, para fugirmos à fome ou a coisa pior...
Não tardou a que a mulher lhe morresse. Mal isso sucedeu fez as malas, voltou ao Porto e murmurou, desolado:
- Para que ela pudesse ter uns fins melhores, eu tive de vender-me - e isso custou-me mais do que esta miséria de que não consigo escapar...
Para o SC Braga não fora apenas o Neca, também fora Alberto Augusto. Marcador do primeiro golo da selecção de Portugal quando ainda jogava no Benfica, tendo o Setúbal ido em digressão ao Brasil levou-o na equipa. Ficou lá a jogar pelo América. Depressa se cansou, regressou - mas já não ao Benfica porque o SC Braga lhe deu «12000 escudos de uma vez e 1500 escudos mensalmente». Ao Neca deu bem menos: 2000 escudos de luvas e 25 escudos diários. O bastante para, com 1924 a correr para o fim, em Os Sports aparecer comentário (anónimo) ao «acto de Neca», fechado assim:
-Tudo isto causa nojo e mais nojo!

PS: A história do Neca não a trouxe aqui e agora por capricho ou impertinência. Trouxe-a para mostrar que se o seu «acto» causava «nojo e mais nojo» aos românticos reumáticos de então - me falta o adjectivo preciso para os canalhas que conspurcam o futebol de hoje com as suas abjectas «denúncias anónimas»."

António Simões, in A Bola

PS: O senhor António Simões, sentiu nojo quando ouviu o seu Presidente nas escutas do Apito Dourado?! O senhor António Simões sente nojo quando diariamente o seu director de comunicação difama e calunia o SL Benfica?! O senhor António Simões sente nojo quando o conteúdo de algumas denúncias anónimas se provam como verdadeiras?!!!
Existem muitas razões para sentir nojo no Tugão...

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