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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Sport Lisboa e Benfica – Afinação de Janeiro com olho em conquistas de Maio

"Estamos no início do ano e o Sport Lisboa e Benfica arranca este Mercado de Inverno com a exigência de ter um plantel competitivo em todos os sectores, de modo a poder ambicionar associar o caminho para o título ao sucesso europeu na Liga Europa. A preencher o calendário encarnado, surge também um possível extra de três jogos para a Taça de Portugal (contra equipas da Primeira Liga) antes da final no Jamor. Assim, a qualidade das segundas linhas é crucial para se disputar com sucesso estas três competições.
Bruno Lage já várias vezes afirmou a vontade de ter um plantel mais curto – a rondar os 20 jogadores. Com esta ideia, a estratégia do treinador passará por ter um grupo de trabalho mais competitivo, mais coeso e mais fácil de gerir emocionalmente. Um plantel curto também se entrosa na estratégia pública do clube de aposta na formação, pois só assim se abrirá espaço à promoção de jogadores dos Juniores, dos sub-23 e da equipa B.
A 1 de Janeiro de 2020, o plantel do Sport Lisboa e Benfica contava com 28 + dois jogadores, portanto 30 jogadores caso incluíssemos David Tavares e Morato.

Baliza
Na baliza, há falta de competitividade e qualidade. Já no arranque da época, essa fragilidade era reconhecida publicamente pelo próprio Bruno Lage. Vlachodimos melhorou e estabilizou a posição, mas continua sem cobertura. Svilar já não conta e Zlobin não tem ainda futebol que dê garantias em caso de lesão ou suspensão do greco-alemão.
O Mercado de Inverno deverá servir para colocar Svilar e para se contratar um segundo guarda-redes para o plantel encarnado.

Defesa
O centro da defesa tem sido o sector mais frágil deste SL Benfica. Basicamente só conta com a dupla de centrais titulares – Rúben Dias e Ferro. Jardel tem lidado com limitações físicas, Morato está em adaptação na equipa B e Conti não contava e já foi emprestado logo na abertura do Mercado. A falta de cobertura à dupla de centrais titular, e também as lacunas desta, próprias de jogadores ainda em fase de afirmação sénior, expõe a necessidade de um reforço que já deveria ter vindo no Verão – tentativas não faltaram. Apesar da carência, este não me parece o momento adequado para o reforço deste sector.
Nas laterais, continua a faltar um reforço para a direita. Na esquerda, Grimaldo é dono e senhor da ala, e este ano tem a cobertura necessária com a promoção de Nuno Tavares. Na direita, o clube está este ano dependente da explosão do jovem Tomás Tavares. O jovem lateral tem cumprido e demonstrado imenso potencial, mas ainda não deu o salto qualitativo para se afirmar contra adversários de maior qualidade. André Almeida continua a ser mais um excelente suplente do que um grande titular, e o nigeriano Ebuehi não parece fisicamente apto para a presente época.
A contratação de um lateral direito seria interessante, mas parece-me impensável. Que se aproveite a abertura do Mercado para emprestar Ebuehi, de forma a dar-lhe ritmo competitivo para a próxima temporada.

Meio-Campo
No meio campo, há abundância de opções, mas também um grande desequilíbrio qualitativo. São duas posições em paralelo onde Lage ou tem optado por dois jogadores mais posicionais ou por uma mescla entre um jogador mais posicional e outro mais criativo. Dois lugares para sete jogadores: Fejsa, Florentino, Samaris, Gabriel, Taarabt, Gedson Fernandes e David Tavares. Aqui, há obrigatoriamente que reduzir o número de opções. Fejsa não se encaixa no meio-campo a dois e Gedson também não tem lugar nesta equipa. Uma venda e um empréstimo.
A criatividade de Taarabt empurrou Gabriel para uma maior responsabilidade defensiva e Florentino para o banco. O marroquino parece não ter substituto no plantel e nenhum dos outros três médios – Gabriel, Florentino e Samaris – parece ser o seu par perfeito. Julian Weigl é assim um excelente reforço, que promete encaixar maravilhosamente numa dupla com o médio criativo – apesar de me parecer que Bruno Lage irá optar por emparelhar Weigl com Gabriel.
Seria importante a saída de mais um médio. Florentino tem de jogar para crescer e, assim, optaria por emprestá-lo, beneficiando da polivalência de Samaris, que lhe permite actuar como defesa central; no final da época, venderia o médio grego.
Assim, acredito que neste mercado o SL Benfica deveria procurar vender Fejsa e emprestar tanto Gedson como Florentino.

Ataque
O trio de médios mais ofensivos inclui os jogadores que podem actuar como extremos, como médios de organização ou até como segundos avançados. Há uma polivalência circular na disposição destes médios de ataque. Há qualidade e quantidade suficiente no plantel encarnado. Contudo, o lugar de segundo avançado, que carece da saída de Félix e da não contratação de Luca Waldschmidt, deveria ser um dos principais alvos dos encarnados nesta reabertura do mercado.
Com sete jogadores para estas três posições, a meu ver, além da contratação de um 9,5, o SL Benfica deveria arranjar colocação para Zivkovic e também para Caio Lucas. O sérvio está a desperdiçar toda uma carreira e o brasileiro simplesmente não tem qualidade para jogar no Estádio da Luz.
Na frente de ataque, a equipa joga com um ponta de lança e chega a Janeiro com dois jogadores a disputar essa posição. Com a venda de Raúl de Tomás, o Benfica conta apenas com um avançado de área mais finalizador – Vinícius – e com um avançado de futebol mais apoiado – Seferovic. Estando o suíço a fazer uma má época, é urgente que esta lacuna no ataque seja compensada, para se encarar todas as decisões que faltam da época. Uma lesão ou uma suspensão deixam a equipa de Bruno Lage só com um avançado para jogar, sem substituto e sem possibilidades de uma parelha de avançados caso o jogo o esteja a exigir.

Conclusão
O Sport Lisboa e Benfica chega ao Mercado de Inverno com oportunidade de corrigir o que fez no Verão, com oportunidade de fazer tudo o que não fez no Mercado de Verão.
A primeira prioridade seria reduzir o plantel. Este é demasiado extenso em qualquer clube, e ainda mais numa equipa onde o treinador principal insiste nos benefícios de ter um plantel curto.
A saída de Conti era necessária, mas a de Raúl de Tomas é totalmente extra-futebol. Seria importante colocar Svilar, Ebuehi, Gedson, Fejsa, Zivkovic e talvez até Caio Lucas.
Até ao momento, foi contratado um excelente médio, que abrirá as opções a Bruno Lage: Julian Weigl. Seria importante a contratação de um segundo guarda-redes e de um jogador para actuar atrás do ponta de lança. A carência de um defesa central e de um defesa direito ficará para analisar na próxima abertura de mercado.
Nota: Foi anunciada a contratação do extremo Yony González. Um reforço desnecessário e incompreensível. A ser integrado no plantel de Lage, só aumenta a urgência na venda de Caio Lucas, e talvez até obrigue o empréstimo de Jota."

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