Últimas indefectivações

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Salto por cima do nervosismo

"Sentia-se um Benfica nervoso na forma de jogar. Ainda assim, saiu dos maus resultados

A opção pelas bolas longas
1. Chegando a Tondela numa série de três derrotas e um empate - compreendendo duas derrotas seguidas na Liga frente a Belenenses e Moreirense, este em casa - o Benfica estava compreensivelmente agitado, ainda que era teoria o jogo não fosse dos mais complicados que a Liga pode oferecer-lhe. Para mais, sofrendo um golo logo no primeiro minuto não pode certamente dizer-se que o panorama melhorou, bem pelo contrário.
Sem se aventurar muitas mudanças na estrutura da equipa, com Gabriel dando peso e força no meio, percebeu-se desde cedo essa tal impaciência na própria forma de jogar, com uma teimosia nas bolas longas. É verdade que o relvado estava pesado por causa da chuva e que essa poderá ter sido uma forma de tentar ladear o problema, contudo também não é mentira que o Benfica tem jogadores com capacidade técnica e física suficientes para resolver o assunto de forma mais graciosa. Para mais, o avançado número 1 da equipa, Jonas, não é propriamente jogador para ser lançado, pois isso desgasta-o mais do que propriamente o aproveita em abono da equipa. De qualquer forma, faça sol ou chuva, lá acaba por marcar, como aconteceu, de cabeça, na área. Mas uma coisa, note-se, é servi-lo pelo ar com um cruzamento lateral para a área, outra é procurá-lo 30 ou 40 metros à frente com passes muitas vezes feitos pelos defesas.

O ataque do Tondela
2. O Tondela merece um cumprimento pela audácia. E não apenas por ter marcado cedo, pois nessa altura, claro, ainda mal o jogo tinha começado e não havia tempo para avaliar atitudes. O que é certo é que quer com 1-0, quer com 1-1, quer mesmo quando já a perder por 1-2 o Tondela, sempre mantendo gente muito rápida na frente, andou à espreita de um segundo golo, nunca se sentiu com o trabalho já feito. E isso, jogando contra o Benfica, é difícil. Em todo o caso, o segundo golo do Benfica mudou tudo.

Vitória com dois avançados
3. Se o Benfica, mesmo neste período de ânsias, se manteve fiel às rotinas, já durante o jogo, quando em 1-1, Rui Vitória aceitou arriscar em dois avançados, com Jonas e Seferovic e dessa forma, em 4x4x2, o Benfica ganhou evidente ânimo. A isto, naturalmente, não será alheio o facto de o Tondela estar a jogar com dez, depois da expulsão de David Bruno. Se o Benfica não arriscasse então, arriscaria quando? O golo, aliás, surgiu logo depois da entrada de Seferovic, pelo próprio e tudo parecia resolvido. O tal ataque corajoso do Tondela ainda quase fez o 2-2, impedido apenas por um falhanço incrível de Xavier, mas o Benfica chegaria ao 3-1.
Uma nota final: ainda que o lateral André Almeida tenha feito assistências para os dois primeiros golos do Benfica, não podem deixar de notar-se uma série podem deixar de notar-se uma série de inquietações no funcionamento da defesa encarnada (Conti voltou a errar), pois são já cinco jogos consecutivos a sofrer golos (oito, concretamente), um registo de alguma fragilidade."

João Carlos Pereira, in A Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!