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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Sporting, Benfica e FC Porto: a união pelos resultados


"Os três grandes merecem análises, dúvidas, críticas e preocupações diferentes. Mas todos dependem do mesmo: ganhar. E o último mês prova que tudo muda num instante...

Os três grandes vivem momentos diferentes, embora a classificação da Liga nos mostre que estão mais próximos do que nunca esta época. Na ressaca de Amorim, o Sporting vê o 1.º lugar escorregar-lhe das mãos. Passou menos de um mês entre um Frederico Varandas eufórico e sorridente apresentar João Pereira como o futuro treinador de um dos grandes da Europa e um Frederico Varandas de rosto fechado e palavras duras passar o recado pelos jornalistas de que o clube não é gerido de fora para dentro e que fala quando quer. Menos de um mês.
A Luz, por outro lado, está feliz. Bruno Lage só tem vitórias no campeonato e Rui Costa pode passear-se por inaugurações e casas garantindo que o Benfica é imparável com todos juntos. O mesmo Rui Costa que há menos de seis meses era insultado numa assembleia-geral do clube e que escapou de novas doses entretanto graças precisamente aos resultados do novo treinador. Os benfiquistas preparam-se para passar o Natal todos juntos, mas a desconfiança (e a oposição) parece estar sempre à espreita.
Já no FC Porto, o ambiente é tenso. Depois da primeira campanha eleitoral acesa em décadas, e mesmo com uma vitória expressiva de André Villas-Boas, o clube nunca mais se uniu. A maior força dos dragões tarda em reaparecer e Vítor Bruno não tem feito muito por isso. Recordes negativos são batidos enquanto o presidente segura o treinador da sua nova era, avança para comunicados e queixas e tenta insistentemente convencer os que não querem ser convencidos. Nenhuma bonita gala dos Dragões de Ouro - com discursos emotivos, prémios há muito devidos e homenagens a figuras da anterior liderança - consegue sobrepôr-se a uma vitória em seis jogos.
Há uma coisa, por isso, que une os três grandes: todos estes ciclos negativos ou positivos dependem dos resultados. Varandas acalmou os opositores não com o rasgar de protocolos, mas com vitórias. Rui Costa - se quiser ter novo mandato - precisa de ser campeão. Villas-Boas tem noção de que nunca terá paz sem títulos. Os adeptos são, na verdade, bastante previsíveis: querem e exigem ganhar. E ficam mais ou menos unidos e pacíficos por causa disso.
Numa altura em que sportinguistas e portistas sofrem, cabe a João Pereira e a Vítor Bruno provarem que têm arcabouço para ultrapassar esta fase. Dentro de campo pouco se tem visto para isso acontecer, fora então nem se fala. A vida está mais fácil para Bruno Lage, cujas conferências não entusiasmam nem explicam, mas pelos vistos unem. Pelo menos enquanto Akturkoglu marcar e Di María brilhar."

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