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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Benfica: quando não se joga bem, que se ganhe


"Quando não se consegue jogar bem, que se ganhe. É um bom princípio. Assim foi com o Benfica, que precisou de lutar bastante para ganhar a um competitivo Vitoria de Guimarães. Na ausência de brilho exibicional, os resultados também se conseguem com coletivismo, paciência e esforço.
Claro que convém que a eficácia não nos falte em dias mais descoloridos e, para isso, lá esteve Akturkoglu a ditar a sua lei. Barreiro foi novidade e correspondeu, influindo até na jogada decisiva que deu a vitória. É um modelo de médio fiável todo-o-terreno de utilidade garantida. Na ausência de Kokçu, atual orientador do ataque do Benfica, a equipa acusou a falta de alguém que, como ele, assume, comanda e descobre caminhos pela qualidade do passe.
A aproximação ao líder era, neste jogo, algo premente e mesmo a ferros foi conseguida. No horizonte, entretanto, já se perfila o Bolonha, em desafio que pode consolidar o acesso a uma mais adiantada fase da Liga do Campeões. Como cartão de visita, a equipa italiana traz o recente empate em Turim, com a sempre exigente Juventus. Um aviso sério para um jogo chave, este que se aproxima e onde importa investir tudo para amealhar. Isto porque o que fica a faltar nesta fase, é só o Barcelona e a tal velha mas perigosa senhora... 

Apito
Hoje, o setor arbitral é profissional e os árbitros, indiscutivelmente, mais bem preparados. Longe vai o tempo e ainda bem, em que a arbitragem era um campo minado e desacreditado por influências várias.
Houve fases em que certos erros eram tão gritantes que pareciam mais pretendidos por determinados árbitros do que falhas inocentemente cometidas.
VAR: a propósito da última jarra nacional, da qual ainda se fala, deverá o arbitro outrora soberano e que dá a cara, estar refém dos humores e critérios de quem está sentado perante um monitor? Antes, o árbitro, bem ou mal mandava e era responsabilizado pelo que errava. Faz sentido que o árbitro pague por uma falha que não é sua, mas sim de um VAR cheio de certezas duvidosas?
O VAR veio ajudar sem dúvida a análise dos fora-de-jogo, porque não depende da mão humana. A tecnologia da linha de golo, que certifica eletronicamente a entrada da bola na baliza, ainda está por chegar. No restante, que depende de critérios irregulares, ainda se esperam melhores dias.
Por exemplo: a causalidade do toque na mão perdeu-se infelizmente. «Foi casual!» Gritávamos nós quando se jogava na rua. O absurdo maior e que dá para decidir um jogo, acontece mesmo quando a bola ressalta do próprio corpo para a mão do infrator... Quem manda que reveja isso, por favor!

Factos
— A única questão sobre arbitragem que é unânime é que será sempre um tema de dúvida e discórdia.
— Apita-se demais em Portugal. Qualquer queda desajeitada mesmo tropeçada, quase garante uma falta. — Os clubes grandes, por muito que se queixem, foram normalmente beneficiados ao longo dos anos, pelo seu evidente peso histórico.
— O papel do árbitro é o mais difícil e ingrato, relativamente a quem joga e a quem treina. Dificilmente têm adeptos que não sejam família.
— Só se compreende escolher arbitrar, quando se gosta muito de futebol e o jeito para a bola não é tanto.
— Um mesmo lance é analisado pelos diferentes adeptos sempre de maneira diferente, contando que no final o nosso clube tenha razão.

Final
Uma das coisas que o novo futebol trouxe de pior, relativamente ao meu, foi esta prática bizarra que está já instituída de no final dos jogos os jogadores, quando perdem, se dirigirem voluntariamente ao setor onde os adeptos os aguardam para serem exemplarmente punidos com insultos. Hoje há o aquecimento, o jogo e depois para acabar em beleza, a cerimónia do insulto (!). Não consigo imaginar, exausto e tendo dado tudo em campo, triste por não ganhar, ainda encaminhar-me rumo ao enxovalho. A submissão à violência. Que felizes que nós éramos!"

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