"O futebol português, mesmo para aqueles que por ele se interessam e fazem por o seguir com toda a atenção, está cada vez mais difícil de perceber e de aceitar face a tudo aquilo que se vai vendo de norte a sul e de este a oeste.
Três exemplos ilustrativos do que acabo de escrever.
O pobre campeonato que vamos tendo, especialmente pobre na verdade desportiva, ainda vai na quarta jornada e com um jogo (adiante falaremos dele) adiado da primeira jornada pelo que nem se pode falar em quatro jornadas completas.
Pois, a verdade é que mesmo com elas incompletas já vamos na segunda mudança de treinador com as saídas dos técnicos de Paços de Ferreira e Sporting, numa altura em que nada está, evidentemente, decidido seja em que perspectiva for.
O caso de Marcel Keizer é especialmente incompreensível.
Porque ganhou dois troféus na época passada, porque teve um defeso horrível em que a sua entidade patronal tudo fez (e conseguiu) para se livrar de um dos melhores jogadores do plantel que, ainda por cima, garantia golos em número muito satisfatório.
Com essa turbulência, mais a de Bruno Fernandes que vai durar (muito se engana quem pensar o contrário), a verdade é que na passada semana o Sporting liderava o campeonato ex aequo com o Famalicão.
No fim de semana depois de uma derrota sui generis, com três golos sofridos na sequência de penáltis cometidos pelo mesmo atleta, o treinador é sumariamente despedido como se a culpa fosse dele.
Só em Portugal!
Outro caso sui generis, mas de extrema gravidade, foi a enésima miserável arbitragem de Carlos Xistra, um árbitro que anda a fazer mal ao futebol há já demasiado tempo.
Quis o destino que o lance do FC Porto-Vitória, em que inacreditavelmente expulsa Tapsoba, num lance que nem falta era (são a maioria dos críticos de arbitragem quem o afirma), se tenha desenrolado mesmo à minha frente pelo que não precisei de imagens televisivas para ter a certeza do tamanho do disparate de um árbitro que parece especialista em prejudicar, e muito, o Vitória.
Mas porque de Xistra nem vale a pena falar interrogo-me para que serve o VAR numa situação destas?
Quando um árbitro, aos quarenta e oito segundos de jogo (nunca tinha visto em mais de cinquenta anos a ver futebol), num lance dividido em que o avançado não ia ficar isolado, mostra um vermelho directo que evidentemente iria condicionar todo, literalmente todo, o jogo.
Pois, que se saiba nem o VAR recomendou a Xistra que visse as imagens nem Xistra mostrou qualquer interesse em o fazer.
O seu único interesse foi em expulsar o jogador do Vitória!
Aliás, a exemplo do que tinha feito poucas semanas atrás no Feirense-Vitória a contar para a Taça da Liga, em que aos doze minutos de jogo (muito gosta ele de expulsar rapidamente jogadores do Vitória...), tinha expulso Rochinha num lance que a carga do jogador vitoriano ao seu adversário foi igual a várias registadas no Dragão a jogadores do FC Porto, que no limite levaram o amarelinho da ordem.
Árbitros destes só em Portugal!
O terceiro e último caso tem a ver com o adiamento do tal jogo da primeira jornada entre Rio Ave e Vitória devido a uma vistoria dois dias antes que decidiu, por razões de segurança, encerrar a bancada nascente do estádio dos Arcos.
Embora se estranhe que, a apenas dois dias do início da Liga, a bancada tenha sido vistoriada é evidente que nem se discute o seu encerramento se era a segurança dos espectadores que estava em risco.
Embora se possa questionar há quanto tempo essa segurança estava efectivamente em causa.
Adiante.
Perante essa contingência o jogo foi adiado para 8 de Setembro com desgosto dos milhares de vitorianos, muitos deles emigrantes em férias, que não puderam assistir à estreia da sua equipa no Campeonato, que se viram obrigados a devolver os bilhetes contrarreembolso do mesmo.
Foi, então, o jogo marcado para oito de Setembro no mesmo estádio na presunção de que a bancada já estivesse em condições de albergar espectadores e pudesse assim satisfazer a procura de bilhetes por parte dos milhares de vitorianos interessados em acompanharem a sua equipa.
Pelos vistos não.
O jogo será no estádio dos Arcos, mas com a bancada nascente encerrada pelo que todos os espectadores terão de se acantonar na bancada poente, sabe Deus como, sem que exista para a falange adepta do Vitória o número de bilhetes suficiente nem nada que se pareça.
Quando o que o bom senso impunha, para um jogo desta responsabilidade, era ele realizar-se noutro estádio em que as bancadas fossem suficientes para os espectadores que nelas quisessem estar.
Quando se lamenta, e com razão, haver tantos lugares vazios na maioria dos estádios (incluindo o dos Arcos, excepto em dois ou três jogos por ano) é caricato que se deixem sem acesso milhares de espectadores que queriam ver o jogo.
Só em Portugal..."
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