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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Meditando sobre Atletismo (I)

"Um rápido bosquejo sobre o desporto que, muito provavelmente, mais evoluiu nos últimos 50 anos. Longe vão os tempos das pistas de cinza, das caixas de areia, das fasquias de madeira, das varas de bambu, dos sapatos de bicos, dos cronómetros manuais…
Após algumas tímidas tentativas – como o dardo lançado à maneira basca e o sapato Stepanov, para o salto em altura –, as alterações introduzidas permitiram logo superar os records até então conseguidos e, ao longo dos anos, também com a profissionalização e os novos métodos de treino, atingir máximos nunca antes sonhados.
A introdução das pistas de tartan terá sido, certamente, a novidade que teve maior influência na evolução do Atletismo, dado o efeito directo nas corridas, nos saltos (quer em extensão, quer em elevação) e também, de alguma forma, no lançamento do dardo.
Mas foram determinantes, não só nas marcas conseguidas mas também na espectacularidade dos saltos e dos ensaios, os colchões amortecedores, as fasquias flexíveis, as varas de fibra de vidro (e outras) e toda a electrónica que permite, além do rigor na medição dos tempos, o controlo das partidas e a mais correcta definição das chegadas (o foto finish).
Por tudo isto – e, porventura, outras alterações que não foi possível elencar –, torna-se cada vez mais estranha a manutenção da antiquada tábua de chamada nos saltos em extensão (comprimento e triplo), que obriga os atletas a preocuparem-se com a validação do salto e se reflecte na performance (e, consequentemente, na classificação e até nas medalhas), muito dependentes da distância até à malfadada tábua.
Com ajuda de tecnologia básica é possível definir o ponto exacto em que o bico do sapato inicia o salto, numa área de chamada de tamanho a definir (da ordem dos 60 a 80 cm de comprimento, por exemplo); assim, os saltadores ficam libertos de grande parte das preocupações com a corrida, reduziam-se ao mínimo os saltos nulos e as classificações deixavam de depender de factores aleatórios.
Esta tecnologia poderá também ser adoptada no lançamento do dardo, ficando a contar a distância marcada desde o último contacto do corpo com o solo; hipótese que não será possível aplicar aos restantes lançamentos (peso, disco e martelo), porque feitos dentro de um círculo."

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