"Cada vez mais conhecidos como pets, os cães e os gatos lá de casa são, como outros bichos mais raros, da maior importância para o nosso equilíbrio emocional e bem-estar social.
Não é por acaso que cães e gatos estão na nossa companhia desde que nos reconhecemos como humanos e que desenhamos e escrevemos sobre eles desde que o fazemos também sobre nós próprios.
Em todas as culturas e em todas as latitudes, das mais modernas sociedades às mais antigas civilizações, estes animais foram adorados como divindades, escolhidos como ícones, compuseram bandeiras e brasões, ascenderam a heróis salvando vidas, mostraram-se companheiros de toda a vida, fiéis além do túmulo. Fizemos deles polícias e protetores, guardas e guias. Metemo-los mesmo a trabalhar em inúmeras situações.
Só por estes exemplos podemos ver como é incomensurável o seu valor para a humanidade e como, ao longo de milénios de vida em simbiose, tivemos sempre um enorme saldo positivo a nosso favor.
Mas não é apenas deste sentido prático da vida que quero falar e, sim, de enorme valor emocional de que estes animais de revestem para as pessoas. Aí reside talvez a sua maior razão de ser das nossas vidas, nas nossas brincadeiras de criança, no conforto desinteressado dos dias difíceis, na alegria dos melhores dias e na companhia incessante contra as solidões da vida e da velhice. Por isso chamam, justamente animais de companhia, e não pets. Por isso mesmo não passamos sem eles, e não resisto a deixar aqui a pergunta que se impõe. Então se assim é, porque os abandonamos, maltratamos ou deixamos à fome?"
Jorge Miranda, in O Benfica
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