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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Bruno Lage, o treinador dos jogadores

"Chama-se Bruno Lage, liderava a equipa B desde o início da época e é agora, pelo menos temporariamente, o novo treinador do Benfica. Aos 42 anos, Lage regressou a uma casa que conhece bem, já que foi treinador dos iniciados, dos juvenis e dos juniores antes de aceitar coordenar a formação do Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, em 2012/13, e de se tornar adjunto de Carlos Carvalhal, no Sheffield Wednesday, em 2015/16. Esta época, Lage voltou a Portugal e o treinador (,,,) explica quais são as ideias de jogo essenciais para o novo líder do Benfica

Bruno Lage é o treinador dos jogadores. É assim que ele gosta de ser caracterizado e, quando perguntam por ele, de imediato responde que os jogadores que teve são os melhores para o avalizar ou reprovar. Gosta de estar próximo deles, gosta de os fazer crescer, e é muito assim que o próprio avalia o seu trabalho.
Assim foi há muitos anos, quando saiu do Benfica, deixou saudades e a sensação que poderia fazer mais e melhor pelo clube onde trabalhou durante mais anos. Chega este ano à equipa de elite da formação (a equipa B) com as ideias mais afinadas. Agora na equipa principal, e sem se saber com exactidão o tempo que ficará no comando, não deve promover mudanças significativas na estrutura da equipa.
Na forma de jogar, sim.
Se nos cingirmos ao que a equipa B do Benfica joga, poderemos afirmar que o futebol de Lage tem qualidade.
Do ponto de vista ofensivo, joga nos três corredores, sem receio de arriscar jogar pelo corredor central na primeira fase de construção. Os médios têm aí um papel fundamental na percepção dos momentos certos para enquadrar, avançar e ligar o jogo com os jogadores mais avançados.
Veremos uma equipa mais paciente na construção, a tentar entrar no meio-campo adversário em situações de vantagem espacial. A linha defensiva ganhará uma preponderância diferente nas situações ofensivas, uma vez que será neles que os ataques vão começar.
Há muitos movimentos de rutura que funcionam como engodo para ganhar espaço e darem mais tempo aos jogadores em contra movimento para receberem no pé. É aí que começa a criação: tenta que sejam os médios a definir. Mas, como também pede mobilidade, quando os extremos conduzem, os médios fazem movimentos para receberem dentro da área e terem também eles a possibilidade de finalizar. Como quer promover o jogo interior, também na criação, poderá haver uma mudança na utilização dos extremos que deverão passar a jogar com o pé contrário. Zivkovic, caso isso se dê, seria o principal beneficiado.
O sistema de jogo é que escolher vai dar-nos o sinal sobre os jogadores em quem Lage mais vai apostar. O 1-4-4-2 será um indicador da aposta em João Félix como elemento preponderante para a definição e finalização dos lances. Num 1-4-3-3, sendo que gosta de jogar com extremos de pé trocado, em zonas interiores, em posições onde possam desequilibrar, Félix continuará a ter espaço, mas a aposta nele não será tão vincada.
Há alguns jogadores que podem revitalizar-se com a chegada de Lage que, além de os soltar do ponto de vista anímico, também lhes entregará tarefas ofensivas e defensivas, no treino e no jogo, coerentes com o jogo que quer jogar. Poderemos assistir, por exemplo, a um crescimento de Gabriel e um renascimento de Pizzi, porque terão no treinador alguém que os vai focar nas tarefas que têm que cumprir do ponto de vista ofensivo e defensivo, sobretudo no treino.
Defensivamente, a equipa quererá pressionar e recuperar a bola o mais rapidamente possível. Quando for ultrapassada, tentará fechar o campo e proteger o corredor central em primeiro lugar, e apenas com a chegada de outros elementos se começará a preocupar em fechar outras referências. A linha defensiva também pode melhorar de forma evidente no seu funcionamento setorial, assim como na ligação com a linha média. E no controlo dos espaços entre os quatro defesas e nos ajustes que se fazem quando algum defesa tem que sair da sua posição inicial.
Se Bruno Lage mantiver aquilo que tem feito no Benfica B, a equipa fica em boas mãos. Mas é sempre difícil perceber quanto do que a equipa joga é da responsabilidade dos jogadores (tendo em conta o pouco tempo de trabalho), porque a equipa tem um nível muito alto para a realidade da 2ª Liga. Tem quatro jogadores marcantes e um deles pode até ser lançado na equipa principal tendo em conta as necessidades da equipa: Florentino.
É um jogador que tendo em conta as carências da equipa nessa posição poderá permitir soluções diferentes daquelas que Fejsa pode dar com bola, e deve começar já a ser preparado para tomar conta da posição 6, a médio prazo, no Benfica."

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