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domingo, 12 de agosto de 2018

Um Benfica à campeão

"Águia demolidora e dominadora até aos 75'. Boa reacção do Vitória não belisca vitória justa.

Em meia hora
1. A primeira nota vai para o facto de as duas equipas terem entrado para tentar ganhar o jogo desde o primeiro minuto. A primeira oportunidade de golo, aliás, foi do Vitória, que cedo demonstrou estar na Luz para criar problemas ao Benfica. Mas do outro lado esteve uma formação encarnada muito consistente, que entrou forte, que se entregou ao jogo de alma e coração, que o resolveu em 30 minutos e que o controlou até aos 75'. Na primeira parte, sobretudo, viu-se um Benfica demolidor, a jogar à campeão, com uma dinâmica ofensiva impressionante, sobretudo por comparação com que se tinha visto na partida com o Fenerbahçe, mesmo que os adversários, as provas e os contextos sejam diferentes. A equipa não acusou qualquer desgaste, apresentou-se determinada, rápida, intensa e agressiva, fazendo três golos e deixando mais por marcar.

O 4x1x4x1
2. A (muito) maior disponibilidade ofensiva do Benfica na partida de ontem, relativamente ao que tinha apresentado frente aos turcos (sobretudo na primeira parte, não não só), explica-se pelo facto de o sistema táctico ter mudado claramente. Frente ao Vitória não se viu a equipa em 4x3x3, mas sim em 4x1x4x1, com uma linha de quatro homens à frente do Fejsa e em apoio a Ferreyra, que apesar de não ter feito uma grande exibição ajudou a abrir espaços para a entrada dos médios e dos alas, deixando a defesa adversária completamente à deriva nos primeiros 45 minutos, com os sectores muito distantes. As águias, por seu turno, defendiam e atacavam em bloco e exibiam-se com grande nível individual e colectivo.

Pequeno susto
3. A ganhar por 3-0, é natural que o Benfica tenha entrado para a segunda parte com o ideia de não se desgastar tanto, baixando linhas, procurando ter mais bola e retirando velocidade e intensidade ao seu jogo, procurando assim gerir o resultado e o esforço, tendo em conta a eliminatória com o Fenerbahçe, que tinha este jogo com o Vitória pelo meio. Ainda assim, o Benfica continuou a ser superior, em todos os aspectos do jogo (físicos, técnicos, tácticos e emocionais), até aos 75 minutos. Mas é nessa altura que se juntam três factores: algum excesso de confiança das águias, as substituições do lado encarnado, que levaram a que a equipa não conseguisse manter o nível exibicional (sobretudo pela saída de Fejsa, peça fundamental em toda a movimentação defensiva e que passa grande confiança aos outros médios), e o primeiro golo do Vitória, que obviamente motivou os visitantes. Face à vantagem de 3-0, é natural que Rui Vitória tenha feito descansar algumas peças, mas mais uma vez se provou que as substituições são como os melões. Este cenário levou a algum descontrolado da equipa nessa fase da partida, com o Vitória, aproveitando o momento e os espaços, a chegar mesmo ao 3-2 e a relançar a discussão do resultado nos últimos minutos. Apesar da boa reacção forasteira e do susto que apanhou, há que referir que seria injusto se o Benfica não tivesse ganho o jogo.

Salvio e o 'puto'
4. Destaco três jogadores. Pizzi, pelos três golos, é obviamente o man of the match, mas atenção a Salvio, que parece ser o jogador em melhor forma na equipa, num inesgotável vai-vém e sempre a criar desequilíbrios. E Gedson: está a crescer, já se mostrou mais à-vontade, mais maduro nos processos, e se continuar assim, com os pés no chão, pode vir a ser um caso sério no futebol português."

Álvaro Magalhães, in A Bola

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