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terça-feira, 2 de abril de 2024

Obrigado, Sven-Göran Eriksson


"Ao escutar os fãs do Liverpool a cantar You Will Never Walk Alone (canção original de Gerry and The Pacemakers) com uma pitada de emoção, menos guerreira e ainda mais tocante, celebrando a vida de um dos seus, de um membro da Tribo, e que ali esteve tantas vezes como adversário, lembrei-me de um livro de vida futebolística chamado A Tribo do Futebol, de Desmond Morris.
Morris é um cientista do comportamento humano e animal, que li há muitos e bons anos. Sob o título Regresso da Tribo do Futebol, encontrei uma matéria de Mike Henson para a The Set Pieces sobre uma versão renovada da obra editada originalmente em 1981.
Fiquei a saber que Morris nem gostava muito do jogo e que o seu fascínio pela manifestação da condição humana o levou a ser dirigente do Oxford nos anos 70, para poder viver mais do que simplesmente pesquisar elementos para construir a narrativa da Tribo do Futebol.
Uma edição mais recente justifica-se pelo maior interesse e curiosidade que o Soccer desperta nos Norte Americanos, contudo esta edição inclui elementos novos, resumidos em sete teorias e que vão do Big Business aos estádios pagos com Petro-Dólares, passando pela maior civilidade - o que não significa menor paixão (irracional como qualquer outra), agora canalizada para os coros, danças e sinais de pertença como as camisolas ou os cachecóis.
Uma espécie de reinvenção das 2 Tribes Go to War dos Frankie Goes to Hollywood.
Confesso que o livro de Morris não estava no topo de escolhas para mais uma Oitava, mas algo o justifica. Ao ver uma entrevista do também nosso Sven-Goran Eriksson, apercebi-me que estaria doente, mas sem conhecer o estado terminal. Soube então que um dos seus desejos de fim de Vida (o Futebol em estado de magia pura) seria sentar-se no banco do Liverpool, que agora podia confessar ser o seu clube de coração e que defrontou tantas e tantas vezes, cumprindo as suas obrigações profissionais.
A emoção sentida durante o Game of Legends entre os Reds e o meu Ajax , ao cumprir um sonho, aparentemente modesto para um Gigante do nosso Belo Jogo (o mundo pula e avança como uma bola nas mãos de uma criança, como cantou Manuel Freire) acrescenta uma dimensão de respeito Tribal, que acrescenta algo mais ao livro de Desmond Morris: viva o Futebol e obrigado, Eriksson.
A tua tribo nunca te esquecerá."

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