"Ao longo dos anos habituámo-nos a figuras tristes entre jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos ligados ao desporto-rei. Infelizmente, tornou-se aceitável que profissionais de futebol, embriagados pela euforia das conquistas, possam insultar clubes e jogadores adversários, tal como dirigentes a crescer para árbitros, treinadores expulsos, de olhos raiados com sangue, e adeptos e entoar cânticos homofóbicos e racistas. É uma tristeza, dizem alguns. É apenas o reflexo de uma sociedade que se tornou violenta e extremista, onde tudo pode ser dito ao abrigo do 'direito à opinião', dizem outros. Discrdo.
Dizer barbaridades sem comprovativo da veracidade, seja científico ou do senso comum, é apenas falta de inteligência. É estupidez, daquela que tem levado gente ao poder que, num dia normal e numa sociedade decente, seria apenas uma nota de rodapé, o maluco da aldeia ou aquele tio desbocado que ninguém leva a sério.
Vem sito a propósito da recente troca de acusações e insultos entre os dois maiores atletas portugueses de sempre no triplo salto - Nélson Évora e Pedro Pichardo. Dois campeões olímpicos, dois exemplos para milhares de jovens, dois homens que fizeram soar o hino nacional (e um deles continua a fazê-lo) nas principais competições internacionais. Não gostei do que li, não quero saber quem começou ou quem tem a culpa. Só não gostaria que o atletismo fosse arrastado para a lama por dores de cotovelo, clubite, inveja ou luta de egos. Se não tens nada de jeito para dizer sobre alguém, cala-te. O silêncio é uma arma que deve ser usada mais vezes."
Ricardo Santos, in O Benfica
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