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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Assembleia Geral

"O Benfica tem hoje mais uma Assembleia Geral, a última deste ano. A AG tem como ponto único apreciar e votar o R&C da época 2018-2019. Como já é tradição, vai-se falar de muita coisa mas pouco sobre o R&C. Sendo que esta AG terá um aditivo especial de ser uma das últimas antes das próximas eleições, que deverão ser à volta de Outubro de 2020. Umas notas sobre os temas quentes. 
1. O Mercado de Verão. Com um início de época positivo, LFV quase que se escapava a mais um mercado de verão medíocre face aquilo que eram as expectativas iniciais. Foi-nos prometido um plantel curto com reforços cirúrgicos. Não tivemos nem uma coisa, nem outra. Com as primeiras lesões da época, os resultados negativos começaram a aparecer nas últimas semanas e as limitações do plantel que ficaram por resolver ficaram às claras. Vai haver muitos adeptos a falar deste tema. Tudo será uma reedição de 17-18. Acho que está na altura de mudar o discurso. Nós não podemos estar sempre a bater nos mesmos. O problema é estrutural. Falta uma cara que diga qual é o plano no início do verão e que depois os sócios avaliem o trabalho dessa pessoa. Precisamos de um Director para o Futebol. Alguém que assuma as responsabilidades como ninguém o faz há anos.
2. A Venda de João Félix. Continua a ser um dos mistérios deste ano. Se o plano era não utilizar o dinheiro, para que é que se vendeu o João Félix quando aparentemente, segundo declarações de Domingos Soares de Oliveira, o Atlético não tinha capacidade para pagar os 120M a pronto. O problema aqui é o mesmo do ponto 1. Falta muita transparência. Não se passa para os adeptos o plano de clube. Diz-se que queremos investir em jovens, mas a cada ano que passa vendemos alguém. Não há estratégia de longo prazo para vencer na Europa, como tal, não surpreende que nos últimos 14 jogos na Champions League tenhamos 11 derrotas. É preciso alguém assumir estes falhanços. É preciso um Director para o Futebol
3. Finanças. Vai haver muitos adeptos a falar das Finanças. O Passivo não baixou muito significativamente. No entanto, aqui não há muito que falar, na minha opinião. O Passivo é composto por várias rubricas. Neste momento mais de metade dos quase 400M de Passivo são dívidas que não teremos custos associados. Uma boa parte são dois adiantamentos da NOS e outra parte são dívidas a clubes, que não são um problema porque neste momento temos outros a dever-nos quase o dobro do valor. Quem nos dera que o Benfica fosse tão bem gerido desportivamente como é financeiramente. 
4. “Desinvestimento” nas Modalidades e RedPass Modalidades. Vai ser outro tema. As Modalidades melhoraram os resultados em relação a 17/18 (era difícil piorarem). Este ano, a equipa de Andebol apareceu com uma cara nova. A equipa de Basquetebol está com uma super equipa. A equipa de Hóquei teve um bom reforço, pelo menos. As equipas de Futsal e de Voleibol, não estão piores, mas têm menos opções. No geral não houve um desinvestimento, simplesmente não se investiu mais do que já estava investido. Ao mesmo tempo subiram os preços dos bilhetes e criaram um RedPass Modalidades. Há alguns pontos que devem ser apontados. Não haver descontos para família ou não se poder pagar o RedPass às prestações, por exemplo. No entanto, aqui não consigo apontar nada à Direcção. As modalidades já têm um custo significativo para o clube. Mesmo apesar do clube dar lucro e ter capacidade de aumentar mais o investimento para as modalidades, acho que só o deve fazer se for esse o desejo dos adeptos. E a única maneira de os adeptos demonstrarem o seu interesse nas modalidades, é ir aos jogos nos pavilhões. A bola aqui está em nós adeptos.
Não é a pior altura de sempre para se ser benfiquista (se é que houve uma altura má). O clube é de facto muito bem gerido. Financeiramente e a nível de formação somos autênticos case-studies. As modalidades não ganham tanto como gostaríamos. Todos os clubes estão no prejuízo. Para ganhar mais a única solução é aumentar o prejuízo. Por isso é importante que as modalidades não dêem tanto prejuízo e a única maneira de o fazer é aumentando as receitas. O único ponto que merece discussão nesta altura é a estratégia para o futebol. Continuamos com um processo muito confuso, pouco transparente e sem resultados europeus a curto/médio/longo prazo que precisa urgentemente de ser corrigido. É preciso mudar alguma coisa estruturalmente. Os erros deste verão não são inéditos. São os mesmo que vamos vendo sendo repetidos nos últimos anos."

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