"Não consigo esconder mais o embaraço que me assola, de cada vez que vejo políticos à procura de culpados para a alta taxa de abstenção, quando os mesmos estão em frente dos seus narizes. É claro como água, que se a abstenção bateu recordes, foi apenas devido aos adeptos do futebol, essa escória social que consoante as suas cores clubísticas, deitaram mão a razões fúteis para não exercer o respectivo direito de voto.
Os Benfiquistas, que há 1 semana inundaram as ruas do país, não votaram por cansaço. Há apenas 7 dias estavam embriagados de euforia, meteram o sábado de baixa para recuperação física. Foi esparramados no sofá que descobriram que a época tinha terminado e que faltavam 3 meses para o próximo jogo do Glórias. Aí, meteram baixa no domingo para recuperação psicológica. Mesmo eu, Benfiquista e Democrata, apenas votei porque quis manter intactas as possibilidades de ser Presidente da República.
Os Sportinguistas, que no sábado inundaram a rua do Estádio de Alvalade, não votaram por desconhecimento. O Sporting CP ganhou uma Taça e eles pensaram que o Mundo tinha acabado e quem sou eu para os criticar, também pensei no mesmo. E aqui de nada valeu serem um grupo de adeptos com raízes elitistas. O ópio redondo tomou conta daqueles bilhetes de identidade com apelidos de dupla consoante e origem além fronteiras e apagou das suas cabeças a cidadania.
Os Portistas, que há um ano inundaram a rua do Centro de Treino dos Árbitros, não votaram por acabrunhamento. Em Janeiro já tinham encomendado faixas para todas as competições, mandado gravar camisolas com FC Porto Campeão e feito o rendering do palco das celebrações, passaram o dia de eleições fechados num quarto escuro, perdendo a oportunidade de homenagear o seu clube e respectivos craques, substituindo no quadradinho da escolha, a cruz por uma bola, bem redondinha, igual ao número de títulos por eles conquistados em 2019."
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