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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A síndrome de jogar fora

"Nos dias de hoje e com atletas altamente profissionalizados, custa-me a perceber a diferença entre jogar em casa ou fora dela. Os jogadores são os mesmos, as equipas técnicas também, a relva (embora melhor ou pior tratada) não é muito diferente, o clima e a altitude não divergem, as balizas têm o mesmo tamanho, as medidas do campo, ainda que variando (aspecto bizarro no século XXI), não serão decisivas. O que pode então ter aparentemente alguma, mas não crucial, importância? A assistência e o ambiente à volta de um jogo?
Ao que creio, a diferença fundamental reside na cabeça de quem joga e orienta. Como, aliás, podemos constatar no medo de jogar fora, com que treinadores falam nas agora compulsivas conferências antes dos jogos.
Em tese, contra equipas mais modestas até pode ser mais fácil jogar fora. Os adversários abrem-se mais e não há autocarros tão evidentes.
Vejamos o caso intrigante do Benfica neste início de época. Em casa, o Benfica está intratável: 16 golos em 4 jogos e 4 vitórias. Jogo alegre, compressor, desinibido. Fora de casa, 3 jogos e 3 derrotas (incluindo a Supertaça). Nenhum golo marcado com os mesmíssimos jogadores. Jogo receoso, tolhido, dando a iniciativa aos adversários. E só no Dragão foi num ambiente desportivamente hostil, porque os outros foram em campo neutro ou quase em casa (a incrível derrota contra o Arouca foi numa mini Luz). Na Liga, o Benfica só joga verdadeiramente fora no Dragão e Alvalade e, vá lá, ela por ela, em Braga, Guimarães e na Madeira. Um mistério para mim. Que espero ver contrariado rapidamente."

Bagão Félix, in A Bola

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