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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A bipolaridade de Vitória

"O caminho faz-se caminhando, como diz e muito bem Rui Vitória, e o que é certo é que o treinador do Benfica, com mais ou menos dificuldade, mais do que menos dificuldade, para já, tem levado a sua cruz ao calvário. O plano de intenções para a nova época obrigou a cortar a direito porque a realidade é nua e crua, o que contribuiu para que Vieira não tivesse apresentado nomes brilhantes, antes pelo contrário, obrigou-o a um investimento na formação. O Benfica cruzou pois caminhos enviesados na abertura de mais um ano desportivo, logo na sua fase de preparação e por imperativos financeiros, mas aos poucos vai-se endireitando e, por esta altura, não é difícil concluir-se que está a reentrar nos eixos, aliás como os mais recentes resultados o confirmam. A liderança na Liga está só a dois pontos, depois de já ter actuado no Dragão, e o percurso na Liga dos Campeões começou da melhor maneira frente ao Astana.
O jogo de hoje, com o Atlético, em Madrid. poderá contribuir para o reforço desta tendência positiva, tornando-se apenas indispensável que Rui Vitória apresente uma equipa de hábitos e intencionalidades, para além de sentido estratégico e posicional, e, se assim for, não há razões para não se pensar num resultado positivo. Há razões de sobra, obviamente que as há, porque há bons jogadores - Gaitán e Jonas nos apertos têm sido determinantes - e há sobretudo equipa para tal. Haja vontade ganhadora e um treinador mais corajoso na condição de visitante, um dos seus problemas por agora, pois continua a haver uma diferença substantiva entre os jogos na Luz e os jogos fora da Luz.
O que não se compreende e muito menos se aceita numa equipa com perfil alto, que deve jogar sempre em função dos seus princípios e nunca à mercê da vontade do adversário, que deve ser de iniciativa e nunca de expectativa, que deve mandar no jogo sendo, enfim, igual a si própria; ou melhor, que seja como tem sido perante o seu público. É essa a sua matriz e não se vêem razões para que assim não seja sempre. Há indicadores que apontam nesse bom sentido por exemplo, a primeira parte no Dragão - e nada melhor do que um teste de exigência alta, como será este em Madrid, para que a sua bipolaridade tenha os dias contados."

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