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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

E a seguir à centralização dos direitos de transmissão?


"A indústria do desporto ganha dinheiro atualmente através dos fabulosos acordos de transmissão das suas competições que fez com grupos televisivos, da capacidade de captar e ativar marcas que utilizam o desporto para chegar aos consumidores através de patrocínios e dos adeptos que pagam os seus bilhetes para ir aos estádios, piscinas, pavilhões, courts ou circuitos. Espera-se que este modelo de negócio se transforme totalmente nos próximos anos.
Começam a existir os primeiros sinais que os contratos televisivos fabulosos terão chegado aos seus tetos financeiros pelo que se esperam novidades a esse nível, nomeadamente com a entrada das tecnológicas neste negócio bem como da fragmentação de transmissão em diferentes plataformas de streaming. Por outro lado, o foco no futuro não vai estar apenas nas transmissões das competições ao vivo, mas também num conjunto de novos conteúdos gerados em redor do desporto. Quer isto dizer que todos os momentos que decorrem antes e depois das competições vão também gerar novos públicos e audiências significativas.
Olhando para os contratos comerciais e patrocínios espera-se que esta linha de receitas se desenvolva muitos nos próximos anos dado que os novos investidores e donos da indústria do desporto vão ser capazes de maximizar fórmulas de atração e ativação das marcas neste território. Quanto às bilheteiras, os clubes, para além da melhoria tremenda que vão proporcionar nos estádios essencialmente pela utilização da tecnologia, vão poder estender a experiência de estádio às casas dos adeptos.
Dito de outra forma, um clube como o Sporting Clube de Portugal vai poder proporcionar, para além dos 50.000 adeptos que se deslocam a Alvalade em cada jogo, a outros 2 milhões de espetadores espalhados pelo país e pelo mundo uma experiência semelhante no conforto das suas casas. Isto vai impulsionar brutalmente as receitas atuais.
O modelo de negócios do desporto usado por mais de 30 anos vai ser alvo de disrupções várias passando a estar desatualizado num ápice. As equipas comerciais e de marketing dos clubes trabalharam durante mais de três décadas orientadas para este triângulo de receitas o que os levou a uma obsessão à volta do dia de jogo e da sua duração.
Quase todas as receitas surgiam da exploração e maximização das oportunidades geradas à volta da competição desvalorizando todos os restantes dias do ano. Os clubes estão por isso já muito capacitados e focalizados nesta dimensão pelo que as grandes curvas de aprendizagem surgirão de todos os momentos distantes das competições.
Outro fator que vai contribuir para a transformação dos modelos de negócios dos clubes é que o tipo de consumidores alvo vai naturalmente mudar nos próximos anos. Pensemos nas principais características das diferentes gerações e percebemos logo que a forma como consomem desporto é muito diferente entre elas."

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