" 'Luís, neste dia tão triste para ti, vou dar-te uma notícia que te pode confortar um pouco: somos campeões europeus de hóquei!'
A minha mãe falecera nessa noite, eu estava no velório, e naturalmente não vi em directo a épica vitória sobre o FC Porto em pleno Dragão Caixa, que valeu a primeira Liga dos Campeões da história do hóquei em patins benfiquista. Estávamos no dia 2 de Junho de 2013. Esse foi, porventura, o momento mais alto de sempre das nossas modalidades. E, paralelamente, um dos dias mais tristes da minha vida.
Amante de hóquei desde criança, sonhei durante anos com aquele título, depois de ver o Benfica perder várias finais. Não havia pior dia possível para o saborear, mas a mensagem foi, de facto, reconfortante. E jamais a esqueci.
O seu autor defendeu o Benfica com unhas e dentes em vários programas televisivos, muitas vezes para lá dos limites, e num contexto extremamente difícil - em que a comunicação dos rivais se tinha tornado, digamos, mais musculada, e em que o Benfica estava exposto como nunca á pirataria informática.
Talvez tenha sido um dos casos mais gritantes que conheci de contraste entre a imagem pública que permitiu criar (fomentou?) de si próprio e a postura privada - que pode ser atestada por quem com ele lidou. Odiado por todos do lado de fora, e pouco consensual dentro da nossa casa, era, porém, simpático, amável, divertido, cortês, disponível, quase sempre frenético, por vezes excessivo, mas invariavelmente leal e amigo.
Pude testemunhar de perto, em muitas ocasiões, o seu benfiquismo à prova de bala. Não deixava de ser um profissional de comunicação a fazer o seu trabalho, mas amava o Clube profundamente, e vivia-o em todas as suas dimensões.
Chamava-se Pedro Guerra. Deixou-nos nesta semana, depois de meses de sofrimento.
Até sempre, amigo!"
Luís Fialho, in O Benfica
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