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terça-feira, 28 de junho de 2022

Hop, step, jump!


"A exigente prova do triplo salto teve peso na história do atletismo do Benfica e de Portugal

O triplo salto surgiu na primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, num tempo em que se assistia a um renovado interesse pela Antiguidade Clássica. No feminino, a prova só se tornaria olímpica em 1996.
A sua concepção baseou-se em textos da Grécia Antiga que mencionaram atletas e dar longos saltos de 15 metros. De forma a se atingir essa marca, a prova foi constituída em três saltos (hop, step e jump).
Devido à sua exigência física, o triplo salto só apareceu em competições portuguesas em 1926. No Benfica, a prova surgiu em 3 de Julho de 1927, nos Campeonatos Regionais do Sul de Atletismo, com Américo Antunes e o eclético José Prazeres. A exigência para o triplo salto era tanta que Prazeres, campeão nos 100 metros, desistiu da corrida dos 200 metros por ter 'os músculos maçados' e os adversários apresentavam 'distensões nos músculos das pernas que os impediu da entrarem em outras provas'.
Nos anos 40, o Benfica evidenciou-se com os saltos de Luís Alcide, que foi oito vezes campeão e três vezes recordista nacional e, ainda, o primeiro atleta do triplo salto de Portugal a apurar-se para os Jogos Olímpicos. A exigência da prova mantinha-se como uma dura realidade para os atletas portugueses, pois o triplista encarnado teve a sua prestação condicionada nos Jogos Olímpicos de 1948 por se encontrar 'ainda incompletamente restabelecido' de uma lesão. Com um salto de 13,92m, Alcide ficou em 22.º lugar, falhando a final.
O novo milénio trouxe Nelson Évora para o Benfica. Dez vezes campeão nacional, Évora deu, em 2008, a primeira medalha olímpica de ouro, de sempre, no triplo salto a Portugal. Num salto histórico de 17,67m, fez juz à sua promessa de 'fazer um salto kamikaze e saltar para o infinito'. Quem ficou infinitamente agradecido ao atleta foi o adversário cubano Arnie David Girat, que sofrera uma pequena lesão. Ao saber disso, Nelson Évora mandou vir de Lisboa uma palmilha especial, possibilidade ao cubano competir e ficar em 4.º lugar na final.
Também de Cuba chegou Pedro Pichardo. Dadas as condições políticas do país insular, o atleta aproveitou uma deslocação à Europa em 2017 e desertou, ingressando no Benfica pouco depois, sendo reconhecido como um dos melhores e mais promissores triplistas da atualidade. Naturalizando-se português em 2018, pôde representar o país e, com um salto de 17,98m, dar o segundo ouro olímpico a Portugal.
Conheça mais sobre a história do atletismo encarnado na área 3 - Orgulho Eclético, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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