Últimas indefectivações

terça-feira, 21 de julho de 2020

Belenenses de emoções

"As três primeiras vezes que Santana jogou contra os 'azuis' tornaram-se especiais

registos contra determinada equipa que marcam a carreira dos futebolistas, seja pela falta ou pelo elevado número de golos ou por um episódio peculiar. Para Santana, 'essa equipa' era o Belenenses, por as três primeiras vezes em que defrontou os 'azuis' terem sido determinantes na sua carreira.
O avançado começou a jogar no Sport Clube Catumbela, com 14 anos. A ascensão no clube angolano foi meteórica, em três anos passou dos juniores à equipa de honra. A sua qualidade técnica não deixava ninguém indiferente, apesar de 'não ter pressa' a jogar, o que lhe valeu a alcunha de 'molengão'. Em 1954, foi contratado pelo Benfica, cumprindo o sonho de garoto.
Mesmo acompanhado os 'encarnados' desde novo através dos jornais, quando presenciou o elevado nível dos jogadores ficou estarrecido: 'notei principalmente que seria extremamente difícil vir ao de cima. Até pus as mãos na cabeça!'.
Começou por jogar nos juniores e, na segunda época nas reservas, foi promovido por Otto Glória à equipa de honra. Estreou-se frente ao Belenenses, numa partida amigável, a 17 de Fevereiro de 1957. No início da temporada seguinte, a derrota contra o Sevilha por 3-1, na 1.ª mão da 1.ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, fez soar os alarmes, o que motivou o técnico brasileiro a operar uma verdadeira revolução na equipa para o encontro seguinte.
Com 'alterações que atingiram todos os sectores do grupo: defesa, médio e ofensivo', Santana foi um dos escolhidos. O avançado correspondeu plenamente, ao apontar um hat-trick na vitória por 7-0, perante o Oriental, na 3.ª jornada do Campeonato Nacional. A partir daí tornou-se presença habitual no 'onze' do Benfica.
Contudo, a derrota frente ao Belenenses por 2-1, na 22.ª jornada, fez com que saísse das opções. Regressou às reservas, iniciando uma 'travessia no deserto', em que esteve próximo de ser emprestado. O fim do calvário seria decretado por José Valdivieso, que sucedeu a Otto Glória no decorrer da época 1948/59. Após a derrota no Restelo, para a 1.ª mão dos quartos de final da Taça de Portugal, 'o sr. Valdivieso chamou-me e disse-me que ia pôr no «team» convencido de que eu seria o homem que ele necessitava'.
O avançado retribuiu com uma prestação brilhante: 'Santana soube corresponder à chamada dando à equipa a «cabeça» que, na zona central do terreno, porventura lhe terá faltado nos últimos tempos'. O Benfica ganhou por 3-0 e eliminou o Belenenses...
Após terem vencido o Sporting e o FC Porto, os benfiquistas conquistaram a prova rainha. Santana foi apontado como 'um dos elementos primordiais dessa extraordinária vitória'. Estabeleceu-se na equipa de honra e contribuiu para a conquista do bicampeonato europeu.
Saiba mais sobre este brilhante jogador na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!