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sexta-feira, 26 de julho de 2019

O privilégio da dificuldade: o all-in de Renato

“Tivemos uma oferta muito tentadora, mas Renato Sanches nem quis saber”. Foram estas as palavras de Karl-Heinz Rummenigge, presidente do Bayern Munique, que voltaram a lançar o debate a propósito do futuro do internacional português no clube alemão.
No rescaldo do encontro entre Bayern Munique e Real Madrid a contar para a International Champions Cup, que terminou com uma vitória da equipa da Baviera por 3-1, a permanência de Renato Sanches no clube alemão voltou a ser alvo dos holofotes da comunicação social internacional.
O médio, que alinhou de início ao lado de Thiago Alcântara e Corentin Tolisso, esteve em bom plano no meio-campo dos campeões da última edição da Bundesliga, tendo sido substituído ao intervalo. No final do encontro, Rummenigge, em declarações ao canal de televisão alemão Sport 1, foi fiel à sua imagem e assumiu que recebeu uma oferta “muito tentadora” pelo internacional português, à qual o jogador “nem quis saber”.
O presidente do gigante alemão acabou por revelar uma conversa entre Renato Sanches, Niko Kovac, treinador do Bayern Munique e Salihamidzic, director-desportivo do clube, na qual o timoneiro dos bávaros terá dado conta da intenção de contar com o médio de 21 anos de forma regular, factor que terá pesado na decisão do ex-Benfica em permanecer ao serviço dos Die Bayern.
Mas terá sido a decisão mais acertada por parte de Renato? Recorde-se que a pérola negra da formação encarnada desde cedo atingiu os mais altos palcos do futebol europeu, quando com apenas 18 anos foi peça-chave na engrenagem da máquina benfiquista de Rui Vitória e na selecção nacional que levantou o troféu mais importante de selecções da UEFA, em 2016. A estes feitos, juntou-lhes inúmeras distinções individuais, das quais se destacam Jogador Revelação da Liga Portuguesa, Melhor Jovem do Campeonato da Europa e Golden Boy.
Consumada a época que o lançou para a alta roda do futebol internacional, foi a cidade conhecida pela Oktoberfest e pelas cervejarias que recebeu o jovem que ainda há poucos meses balançava as rastas pelo Caixa Futebol Campus. O Bayern Munique havia sido o destino eleito pela nova coqueluche do futebol português prosseguir a sua promissora carreira.
Às dúvidas inerentes a esta mudança, os mais optimistas respondiam que um bom jogador joga em qualquer clube e em qualquer campeonato; já os mais cépticos contrapunham com o estilo de jogo mais físico e vertical do médio, em contraciclo com a ideia de posse que vigora na Allianz Arena desde que Guardiola trocou Barcelona por Munique, rompendo com o legado de Jupp Heynckes. As constantes transições em condução e as variações de jogo através do recurso ao passe longo foram dando lugar a um futebol mais pausado – e pensado -, numa equipa que joga em organização ofensiva a grande maioria dos encontros.
Três épocas volvidas, um empréstimo ao Swansea City e meia centena de jogos pela equipa principal do Bayern é o saldo actual da carreira de Renato Sanches até ao presente. Se é verdade que estes números não vão encontro das perspectivas mais optimistas de quem torcia pelo sucesso do “Bulo” da Musgueira, não é menos verdade que aos 21 anos ainda vai a tempo de afirmar-se no histórico alemão.
Se para dançar o tango são precisos dois, para dançar a polca são precisos onze e o “35” já nos mostrou que pode ser um excelente dançarino."

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