"Num momento de descrédito, a equipa de basquetebol deu a volta à situação e venceu todas as partidas.
No arranque do Campeonato Nacional 1945/46 de basquetebol, apesar das equipas lisboetas terem conquistado 11 das 13 edições, havia muita descrença quanto à possibilidade de alguma formação de capital de sagrar campeã. A desconfiança era justificada pelos 'recentes desaires sofridos pelas selecções de Lisboa contra o Porto e Coimbra'.
O desempenho do Benfica à 4.ª jornada parecia das razão a essa previsão. Os 'encarnados' registavam duas vitórias e duas derrotas. Para agravar a situação, um dos fracassos tinha sido contra um dos favoritos ao título, o Vasco da Gama. O próprio jornal do Clube, após essa partida, foi bastante duro com os jogadores, argumentando que 'será sempre assim enquanto não voltarmos (...) a possuir (...) uma poderosa vontade colectiva de ganhar que se superiorize às demais por muito fortes estas igualmente sejam'.
A crítica surtiu efeito e embalaram numa sequência de vitória. A 9.ª jornada, a penúltima da competição, reservava um encontro entre os dois primeiros classificados do Campeonato, separados apenas por dois pontos, benfiquistas e vascaínos. A partida motivou grande interesse, obrigando a que se alterasse o recinto de jogo: 'efectuou-se no campo da Boavista e não no do Ateneu, como estava previsto'. O Clube estava obrigado a vencer por uma vantagem superior a sete pontos, por forma a conseguir ultrapassar o conjunto portuense na tabela classificativa. Cientes desse facto, os 'encarnados' entraram forte na partida e conseguiram alcançar a diferença pontual de que necessitavam logo nos primeiros minutos, mantendo-se ao longo encontro. 'Agiram com cérebro e sem precipitações, dominando o adversário com a certeza do passe e velocidade'. O Vasco da Gama nunca baixou os braços, o que fez com que houvesse emoção até ao final, para desespero dos adeptos: 'ouvimos dizer a alguém que nunca um segundo tempo pareceu tão grandes!'.
A partida terminou com a vitória do Benfica por 41-31, e com 'o público de pé esgotado por tanto nervosismo'. Na última jornada, a vitória sobre o Conimbricense confirmou a conquista do título. O Clube ainda se sagrou campeão da Taça de Honra, prova que mais tarde se chamaria Taça de Portugal, alcançado assim a sua primeira 'dobradinha' da história.
Pode ficar a conhecer mais sobre essas e outras conquistas na área 3 - Orgulho ecléctico do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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