Últimas indefectivações

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Venham mais 4

"Há 37 anos que vejo futebol, e não me recordo de, com cinco pontos de vantagem em plena segunda volta, o Benfica ter visto fugir-lhe um título nacional.

Lembro-me de dois pontos à maior com Quique Flores (na época de 2008/09), mas ainda durante a primeira volta. Lembro-me de ver escapar dois campeonatos nas jornadas finais (1977/78 e 1985/86) com John Mortimore, mas sem que as respectivas vantagens tivessem chegado a ser tão amplas. Ainda andámos pelo primeiro lugar com Paulo Autuori (1996/97) e Jupp Heynckes (1999/00), mas não resistimos ao Natal. De resto, sempre que vi o Benfica tão bem instalado na liderança, o Campeonato acabou vestido de vermelho.

No entanto, e como as estatísticas não marcam golos, ainda é cedo para festividades. Até porque o FC Porto é useiro e vezeiro em recuperação que desmentem qualquer lógica da psicologia de grupo. Existem as equipas normais (que se desmotivam com as derrotas, e se animam, por vezes em demasia, com as vitórias), e existe o FC Porto (cuja constante motivação parece ser totalmente impermeável às circunstâncias). Já os vimos, vezes sem conta, renascer do nada, dados como mortos, e encetar caminhadas triunfais. E não me admirava de os ver agora, com uma série de vitórias consecutivas que, ao mínimo deslize, voltasse a colocar em perigo a nossa liderança. Cinco pontos constituem uma vantagem importante, mas podem voar em duas jornadas, com duas derrotas, quando e onde menos se esperar.

Acredito, ainda assim, que vencendo os próximos quatro jogos (Nacional, viagens a Coimbra e Guimarães, e Porto em casa), só uma tragédia retiraria o título ao Benfica. Dito de outro modo, a partir dessa situação (mais quatro vitórias seguidas), o FC Porto já não poderia ganhar o Campeonato. Só o Benfica (então com, pelo menos, oito pontos para gerir, com vantagem no confronto directo, e apenas nove jogos por disputar) o poderia perder.

Vamos então a essas quatro vitórias. Depois delas, até a prudência parecerá exagerada."


Luís Fialho, in O Benfica

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