"AS SUPERSTIÇÕES
DO MAIS EMBLEMÁTICO
EQUIPAMENTO ALTERNATIVO DO BENFICA,
COMPOSTO POR CAMISOLA E CALÇÕES BRANCOS.
Na sua génese, em 1904,
o Sport Lisboa e Benfica
definiu como símbolos
as cores vermelha e
branca. Desde então, o seu equipamento de futebol é predominantemente encarnado, com
alguns pormenores em branco,
principalmente nas golas ou
nos punhos. Como Marcolino
Bragança uma vez afirmou:
“Nós, quando fundámos o Benfica e quando escolhemos a
cor encarnada para o nosso
clube, não foi para nos defendermos, mas, sim, para atacarmos!”
Durante décadas, os encarnados não conheceram rivais
cujos equipamentos pudessem
confundir-se com os do Benfica, com exceção de situações
pontuais em jogos amigáveis,
em que foi preciso arranjar conjuntos alternativos provisórios.
Foi apenas em 1943/44, perante a
inédita situação de enfrentar o
Salgueiros em jogos a contar
para o Campeonato Nacional,
que o Benfica entrou, pela primeira vez, no relvado com um
equipamento alternativo em
jogos oficiais. No Campo do
Campo Grande, em 6 de fevereiro
de 1944, visto que a camisola do
Salgueiros “para ser igual à
nossa, só falta o emblema com a
nossa imponentíssima águia e o
bem escolhido E pluribus unum”,
os anfitriões equiparam-se de
branco, em que a camisola tinha
uma gola com colarinhos encarnados e atilhos, “por sinal bonita”, vencendo a jornada por 6-1.
O vestuário faz parte da
identidade das pessoas
e também de instituições como os clubes
desportivos, e, pela sua
importância, há quem
acredite que o conjunto
pode afetar a sorte. Por
este motivo, logo nesta
estreia, se levantou a
hipótese: “Talvez a troca
‘quebre o enguiço de
jogo’ que tem atormentado o campeão nacional…” Todavia, o contrário também acontecia,
havendo quem julgasse,
noutras ocasiões, que “a
falta da cor gloriosa afetou os nossos jogadores” de forma negativa.
“Por superstição, ou por
mania – não sabemos
bem”, refletiu um artigo
de 1950.
O facto é que o Benfica
utilizou este esquema de
cores para os seus equipamentos alternativos,
que tiveram diferentes
designs, até aos anos 90.
Fizeram parte de mais de
meio século da história
do Clube, tornando-se assim
uma referência incontornável na
história dos equipamentos do
futebol nacional.
Saiba mais sobre os equipamentos alternativos na área 6
– Campeões Sempre, do Museu
Benfica – Cosme Damião."
Lídia Jorge, in O Benfica

Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!