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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Estrela, Benfica e a brutal diferença de talento individual


"Frente aos encarnados, o Estrela teve espaços, oportunidades, a conivência inicial de uma equipa pouco preocupada em correr. Mas não houve pés para aproveitar e na 2.ª parte, com a entrada de Florentino, o Benfica foi engordando o resultado, vencendo por 4-1

A vitória por 4-1 do Benfica na Reboleira é, essencialmente, a vitória do talento. Não será uma vitória de treinador, uma vitória do trabalho, do coletivo, uma vitória de sorte, um dia em que tudo correu bem: não, o Benfica ganhou porque tem, com naturalidade, jogadores infinitamente mais talentosos que o Estrela da Amadora, que com outros pézinhos no plantel talvez pudesse ter causado uma surpresa a Roger Schmidt.
Mesmo que ao intervalo o Benfica já vencesse por 2-1, os encarnados voltaram a cair num marasmo coletivo atordoante, que o Estrela só não aproveitou por manifesta incapacidade no ataque. Tivesse Sérgio Vieira outra qualidade ao seu dispor e os espaços deixados pelo Benfica e os erros de posicionamento da defesa na 1.ª parte poderiam ter resultado em mais do que o golo de Léo Jabá aos 28 minutos, um golo que deixou o Estrela em vantagem, na altura, merecidamente. Na 2.ª parte, a entrada de Florentino deu ao coletivo encarnado a consistência e a intensidade na recuperação que não existiu nos primeiros 45 minutos. Os espaços para o Estrela continuaram a existir, mas menos, e a definição não melhorou. O resultado engordou para o Benfica, porque o Benfica tem melhores jogadores. O futebol às vezes explica-se com simplicidade e dureza.
Depois de não conseguir chegar à final da Taça da Liga, o Benfica entrou entorpecido na Amadora. Depois de um primeiro lance de perigo por Rafa logo aos 3’, que Mansur resolveu bem, e de Bruno Brígido salvar com uma bela palmada com a mão direita um livre de Kokçu que seguia para golo, o Benfica sofreu com as constantes transições atacantes do Estrela, que com grande facilidade se via em direção à área encarnada. Faltava nervo na hora de defender, mas no outro lado faltava o talento para discernir os melhores caminhos para a baliza. Léo Jabá, Ronaldo Tavares, Regis, todos eles se viram como que atrapalhados com o espaço.
Antes da meia-hora, o golo de Jabá definia bem o jogo: perda de bola encarnada, recuperação a passo e Otamendi a falhar completamente um corte à queima. Em frente à baliza, o brasileiro conseguiu falhar o primeiro remate, para marcar apenas à segunda, depois da bola vinda de Trubin lhe ir parar novamente aos pés.
No final da 1.ª parte, não apareceu o coletivo encarnado, mas sim as suas individualidades: Di María, até então apenas ocupado com um dos momentos do jogo, como se um jogo de futebol não fosse feito de vários momentos, começou por desmarcar Arthur aos 38’, com o brasileiro a rematar mal. Mas a sociedade ainda viria a dar os seus frutos. Após novo erro de Otamendi, aos 40’, Regis teve tempo e espaço para fazer o 2-0, mas Trubin e uma manifesta falta de inspiração culminaram com um remate disparatado. E em resposta, o Benfica marcou: Di María a abrir, Arthur a receber de peito e a fazer uma bicicleta imperfeita, mas eficaz.
Dois minutos depois, foi Arthur a encontrar Rafa na direita, com o português a rematar de primeira, sem preparação, sem hipóteses para Brígido. Num momento de aperto, apareceram as individualidades do Benfica, o talento de cada um daqueles jogadores, não necessariamente de uma equipa.
Com a reviravolta feita, a 2.ª parte teve um Benfica com mais acerto, que só precisou, na verdade, de gerir, com Florentino a limpar o resto. Léo Jabá ainda cavalgou em direção à baliza aos 48’, com Regis a não conseguir emendar. A diferenças técnicas continuavam a condenar o Estrela. Aos 52’ os encarnados fecharam qualquer hipótese de recuperação, com Otamendi a fazer a recarga a um remate de cabeça de Arthur à barra na sequência de um canto.
Aos 56’, o coletivo encarnado deu finalmente de si, com Rafa a falhar a oportunidade de bisar - bem Bruno Brígido também na defesa - e aos 70’, com a expulsão de Regis, o Benfica limitou-se a controlar. Schmidt colocou Bah e Neres em campo, para minutos pós-lesão, Rollheiser estreou-se, sem grande tempo ou motivação da equipa para mostrar o que fosse, e Marcos Leonardo voltou a saltar do banco para marcar, o que já parece uma espécie de tradição."

1 comentário:

  1. merecidamente? foi um falhanço do Otamendi e na segunda oportunidade outro falhanço do Otamendi.

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