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terça-feira, 17 de março de 2020

Futebol não é prioridade

"Face à situação global a que se chegou, vergados a uma pandemia de consequências por enquanto imprevisíveis, mesmo sendo importante, não é a primeira prioridade das nossas vidas.

Quando no dia 25 de Abril de 2003, na Assembleia da República, no decorrer da sessão comemorativa da efeméride festejada nessa ocasião o então Presidente da República, dr. Jorge Sampaio, perante a crise económica que pairava no horizonte, avisava os responsáveis políticos que “há mais vida para além do orçamento”, estaria certamente longe de imaginar a repercussão que tal afirmação viria a atingir pelo tempo fora.
Pois bem, chegou o tempo em que também no futebol esse princípio deve ser replicado.
O futebol é hoje, a nível global, uma indústria importante em todas as sociedades: arrasta multidões, suscita paixões e, muito importante, tem um efeito considerável sobre muitas economias, a diversos níveis. Face à situação global a que se chegou, vergados a uma pandemia de consequências por enquanto imprevisíveis, mesmo sendo importante, não é a primeira prioridade das nossas vidas. 
Estamos, no entanto, num tempo em que se cumpria a fase quase final de uma grande parte das competições, tornando-se imperiosa a tomada de decisões que são tão difíceis quanto indispensáveis. 
Hoje, para começar, numa reunião alargada às 55 federações europeias, a UEFA vai tomar uma decisão que certamente suscitará uniformidade, ou seja, o adiamento do Campeonato da Europa, previsto para Junho, mas que só deverá ter lugar no decorrer do próximo ano.
Mais tarde, o mesmo poderá acontecer em relação aos Jogos Olímpicos agendados para o Japão, havendo porém ainda a possibilidade de o seu calendário ser cumprido.
O mesmo já não acontece, em vários países, com os campeonatos nacionais de futebol, na sua maioria em fase terminal na Europa. E, por isso, a grande questão que se coloca tem a ver com decisões que vão ser tomadas, muitas delas influenciadoras das competições internacionais do próximo ano.
Porque a UEFA não dispõe de autonomia para decidir sobre essa matéria, as dúvidas sobem exponencialmente.
É importante, mas há mais vida para além do futebol, pelo que as nossas prioridades têm forçosamente que apontar noutro sentido.

PS. Notícias de ontem à noite davam conta do mau momento que Jorge Jesus está a atravessar, no Brasil, longe da família e dos amigos. É forte, e vai ultrapassá-los, com certeza. Todos ficamos a torcer pelo seu sucesso."

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