Últimas indefectivações

terça-feira, 10 de março de 2020

Cadomblé do Vata (Considerações...)

"As regras da "porrada" ditam que não se bate num homem quando ele está no chão. Obviamente que estas deixam de ter aplicabilidade se o saco de pancada não levanta o coiro do asfalto. Existe um período de carência e respeito em que os golpes merecidos não são desferidos, mas "o que é merecido é devido". Atinge-se assim o ponto em que o estatelado pode escolher entre ser espancado na horizontal ou na vertical. Não pode é julgar que nunca as vai levar se fingir de morto. Temos portanto, que há sopapos escritos que vão ficando engavetados à espera de melhor forma física do receptor, mas que têm que ser enfeixados mesmo que não haja recuperação visível do outro, sem que isso seja visto como aproveitamento do agressor.
O meu processo de escrita é caótico. Tenho coisas que descarrego aqui de sopetão quando me "dá uma luz". Outras que vou amadurecendo o tema até encontrar forma de sobre ele dissertar um mínimo de 3 parágrafos. Há também aqueles assuntos que deixo guardados em tópicos para posterior desenvolvimento, quando sentir que o momento é apropriado. O que pretendo escrever sobre Bruno Lage seguiu este último modelo de espalhamento de palavras. Desde o final do Shakthar Donetsk - SL Benfica que lhe queria dirigir meia dúzia de frases, mas por uma questão de respeito, queria proceder a tal após uma boa sequência de resultados. À falta deles, tem que ser assim.
A minha (e penso que a da maioria dos adeptos) relação com treinadores e jogadores do Benfica é flutuante. Nas palavras de Pimenta Machado "no futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira". Tão depressa são heróis como vilões. Nem todos atingem o estatuto de Derlei e Paulo Pereira que odiei do início ao fim, ou de Preud'homme e Jonas que amei do primeiro ao último segundo. E se no caso dos jogadores a flutuabilidade de opinião é grande, nos treinadores assume níveis críticos, consoante os resultados e/ou a postura.
No campo dos meus ódios de estimação em termos de treinadores, destaco sempre o Fernando Santos. Entrou no SL Benfica com um enorme ponto de interrogação em cima por ter sido um desastre no FCP e no SCP, tornou-se aceitável depois de ter estabilizado o losango que muitos pontos e golos sofridos nos custou, para acabar por se estatelar definitivamente no imenso e frio Olímpico de Montjuic, onde após sofrer pela sexta vez 3 golos num jogo, viu a equipa recuperar para 2-3 em apenas 2 minutos... mandou segurar a derrota pela margem mínima, contra um adversário já ligado às máquinas.
Bruno Lage afundou-se na minha consideração e não foi pelos resultados menos conseguidos no último mês (recordo que isto está em banho maria desde Kharkiv). A desvalorização do jogo no Dragão antes, durante e pós jogo foi a primeira estocada. A entrada de Samaris nos descontos ucranianos com o Benfica em busca do empate, depois de 75 minutos caguinchas de jogo, foi a segunda e mais violenta. Não foi fatal porque respeito o crédito que conquistou no Glorioso. Temo é que vendo os últimos jogos em perspectiva, no balneário já o tenha esgotado."

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