"Tal como nos tempos do "antigamente" é preciso o exterior para observar, lucidamente, o sítio em que vivemos. Um resultado bem sucedido, histórico, deveria ser a apologia das virtudes, especialmente quando combina irreverência, talento, rigor, alegria. O bem deste Benfica é a generosidade do jogo pelo jogo. Desarmes, passes, dribles, desmarcações, remates. Exemplares. Jogadores tantas vezes desvalorizados, tais como André Almeida, Rafa, Gabriel, Samaris, Seferovic, Pizzi, sublimaram as críticas em lances consecutivos de classe. Fizeram-no porque existe uma identidade colectiva que lhes dá confiança e oportunidades.
O treinador, em mês e meio de trabalho, atingiu o ponto em que a sua prestação equivale a uma densa interrogação sobre a competitividade do futebol português. Notável.
A singularidade deste futebol é o Benfica. Sem o Benfica, o futebol português seria outro. Não atrairia a atenção dos benfiquistas e dos anti-benfiquistas. Seria o equivalente aquelas modalidades em que o Benfica não compete. Em termos mediáticos é como se não existissem. Só o Benfica e a sua negação agregam. Uma tristeza, esta concepção do desporto.
Um feito extraordinário transforma-se numa depressão colectiva. Convocam-se as vozes da estupidez, da mesquinhez, da inveja, da ignorância, da má fé para um coro de protesto contra... o mérito. Abrem-se as cortinas para minutos de vulgaridade. E é isso que se transmite! No mínimo, é hilariante. O golo de Ferro, a estreia de Florentino, o regresso de Jonas, a homenagem a Chalada, o estádio cheio. Nada disso interessa ao guião desta farsa burlesca em que se transformou o comentário desportivo nacional.
No final, saiu reforçada a marca Benfica e impulsionada a luta pelo título. A três.
Na segunda feira todos estes soldados cercarão a sua antítese. Cabe-nos ser Benfica e enfrentá-los com coragem, lealdade e ambição. Força, Benfica!"
São os lesados do Dez...
ResponderEliminar