"No Verão de 1987, o Benfica iniciou mais uma deslocação, desta feita à Corunha, para a disputa do Troféu Teresa Herrera
O Benfica iniciou a sua viagem para a Corunha na manhã de 5 de Agosto de 1987. Saíram de Lisboa, com destino, de avião. Da invicta partiram, no autocarro do Clube, para a Corunha, onde chegaram perto das 20 horas, devido ao intenso trânsito que se fez notar.
Pouco depois da chegada, os jogadores do Benfica desceram ao relvado do Estádio Municipal de Riazor, onde se realizariam os jogos dos dias seguintes, para um 'treino intenso, sem bola, exercício de ginástica e uma voltas ao campo, corridas altamente cansativas', com 'os jogadores muito fatigados no final'.
No sábado, 8 de Agosto, o Benfica defrontou o Everton. 'Foi uma autêntica guerrilha o começo do jogo entre os campeões nacionais de Portugal e de Inglaterra', uma vez que os britânicos, fazendo-se valer do seu poder atlético, 'impuseram (...) um ritmo de jogo galopante, que não deixava os portugueses respirar, quanto mais jogar'. A pressão do jogo realizado pelo Everton empurrava os portugueses para a retaguarda, obrigando a que se mantivessem na linha defensiva. Ao quarto de hora, a estratégia benfiquista mudou, o que deixou os ingleses fora de jogo e quebrou o ritmo que até aí tinham imposto, equilibrando-se assim a partida. O encontro terminou empatado a zero. O Benfica acabou por sair vencedor no desempate, em grandes penalidades, por 5-3.
No dia seguinte, jogou-se a final do Troféu Teresa Herrera, que colocou frente a frente o Benfica e o Deportivo da Corunha, 25 anos depois do primeiro encontro das duas equipas nesta prova. A equipa portuguesa apresentou-se mais lenta do que na véspera, mas, mesmo assim, foi controlando o encontro. Perto da meia hora, surgiu o golo do Deportivo da Corunha, e na segunda parte surgiu o golo do empate, por Rui Águas. Tal como acontecera, o tempo regulamentar terminou com um empate no marcador. Jogou-se um prolongamento de 30 minutos, com o Benfica a alinhar com nove, devido às expulsões de Vando e Diamantino. Neste período, foi possível ver nos benfiquistas 'uma grandeza de ânimo e uma capacidade de resistência verdadeiramente exemplares, verdadeiramente à imagem e semelhança das melhores tradições do clube'. Apesar do esforço benfiquista, a conquista do troféu seria decidida, também, na marcação das grandes penalidades. O Benfica saiu vencedor, por 3-4, alcançando a desejada vitória no Troféu Teresa Herrera, um quarto de século depois da sua primeira participação.
Criado em 1946, o Troféu Teresa Herrera é uma homenagem a Teresa Margarida y Posada (1712-1791), que dedicou a sua vida a auxiliar os mais desfavorecidos. A peça, de prata, reproduz a Torre de Hércules, um farol construído pelos romanos na Corunha, no século I, e Património da Humanidade desde 2009.
Veja esta e outras conquistas internacionais na área 12 - Honrar o País, do Museu Benfica - Honrar o País, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Manana, in O Benfica
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