Últimas indefectivações

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Inatingível objecto do desejo

"1. Nestes últimos tempos tem-se adensado o registo da algazarra - e dos invejosos zurros de burros - em torno do nosso Benfica. De um modo mais evidente, claro que, como sempre ensina a velha História, tudo o que vem dos de fora nem chega a ser disfarçado. Dessa gente, nós bem sabemos como é sempre: o Benfica 'isto', o Benfica 'aquilo'; o Benfica para 'baixo', o Benfica para os 'lados'; o Benfica já 'não pode' e o Benfica ainda 'liga'; que o Benfica faz 'que fez' e que o Benfica faz 'que foi'; ou porque o Benfica 'deixa', ou porque o Benfica 'torna'... Uns não se calam. E outros também não deixam que eles se calem.
2. Mas, do que se tem visto, é o costume. Já se sabe que o Benfica rende; falar do Benfica faz vender muito papel e muitos minutos, horas mesmo, noites e dias de conversa fiada, que garantem o emprego a muitos párias que praticamente vivem disso. Abordar qualquer tema, que seja, do desporto resulta sempre em acabar a falar no Benfica. Para eles, o Benfica é o único sustento. E quando mais se falar mal do Benfica, melhor: mais o conflito se alarga do estúdio e as rotativas às plateias dos cafés: pode o país estar parado e basbaque, a ver aquilo, que aquilo dá dinheiro a muita gente. A muita gente incapaz e invejosa. Mas também a muita gente que se junta àqueles, dispondo-se ao desempenho de papéis de bonifrates.
3. Evidentemente que o que mais custa é que, de dentro, a vozearia desgarrada que, também agora, oportunisticamente se vai fazendo ouvir não seja menos temperada por cobiças e avidezes de diferentes naturezas que, todavia, não são propriamente distantes das dos outros: é ver agora, em período pré-eleitoral, alguns dos nossos, com a diferenciada responsabilidade de conhecerem devidamente as grandezas do Benfica, a não se eximirem de embarcar com desarmada ingenuidade naquela mesmíssima e desenfreada coreia em que pincha, descanta e contrapula o bando de bailet esfarrapado dos nossos piores inimigos.
4. O caso é que, em Portugal, não há ninguém para quem, de uma forma ou outra, o Benfica não constitua o 'inatingível objecto do desejo'. Ou porque, de fora, se inveja a grandeza e o poder hegemónico que o Benfica soube conquistar no campo dos desportos e, por tal razão, constitua a razão daqueles recalcamentos e complexos de inferioridade que destilam ódio; ou porque, visto de dentro, dezassete anos depois de Luís Filipe Vieira felizmente ter chegado, o Grande Benfica hoje se tenha tornado tão mais apetecível para súbitos protagonismos que a nossa genuína Democracia permite.
5. Apesar de ser ele o Presidente que inequivocamente soube criar, estabelecer e consolidar a credibilidade, as estruturas e as condições para um Benfica moderno, atacar Luís Filipe Vieira está e estará, pois, na agenda mediática. Mas será precisamente por isso,por representar um Benfica mais forte do que nunca, que, no contexto de uma contenda eleitoral a que só os Benfiquistas têm legítimo acesso, Luís Filipe Vieira não deixará de constituir o pretenso alvo dos 'uns' e dos 'outros'. Porque, embora não tenha sido ele quem marcava os golos nas vitórias e derrotas, sempre foi ele, com o seu estilo inconfundível, quem sempre foi ele, com o seu estilo inconfundível, quem sempre mais se obstinou, sem descanso, em definir o melhor e mais certo rumo para Sport Lisboa e Benfica que é dos Sócios."

José Nuno Martins, in O Benfica

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