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sexta-feira, 6 de março de 2020

Coração vermelho

"Desta vez foi Moçambique, antes já o foram Haiti, Mali, Madeira, Cabo Verde. Cada vez que o mundo recorda aos homens que não aguenta tudo o que lhe fazem, uma catástrofe se alavanca e nos convoca a todos a emergir na solidariedade. Nesses momentos, o Benfica ergue-se, gigante, e uma vez mais vai além de si próprio, ciente de que provocar a paixão dos povos não é que baste. É preciso dar-lhes a mão e unir esforços para reerguer a dignidade humana. O povo português sabe ver isso e reconhece-o ao Benfica, entende e gosta do trabalho da Fundação, por isso, sempre que tocamos a reunir, junta-se e acolhe todos os pedidos, mobiliza-se e faz. Os benfiquistas, claro está, surgem na primeira linha e energizam a Fundação para que faça o que há a fazer. Exigem dela uma permanente atenção ao mundo e que seja capaz de criar soluções que funcionem, que resolvam, ou que mitiguem impactos sociais e humanos. Por isso, também, cada vez que tocamos a reunir, o Benfica fervilha e trabalha. Aquele Benfica que joga e vence, como o que nos bastidores da organização assegura o seu presente e constrói o futuro visionado por todos. Mas também aquele Benfica Povo, todo entrega e paixão, a quem ferve o sangue no estádio e se entrega à vida de alma cheia, com um ideal de justiça, humanismo e excelência que a todos brota do ancestral ADN benfiquista. É este Benfica que a Fundação tem o privilégio de servir o mobilizar para o desenvolvimento social e para a solidariedade humana sempre que esta se impõe urgente e tantas vezes dramática.
É de má memória o ciclone Idai, pelas vistas que ceifou o pelo sofrimento causado. Não tenhamos disso quaisquer dúvidas, até porque o vimos na primeira pessoa. Mas são seguramente indeléveis as memórias da reacção benfiquista a este apelo distante, dum povo irmão que fala e sente como nós, berço dum ídolo imortal, colosso da bola e da humildade, eterno Eusébio. Uma vez mais, nos unimos e realizámos obra como uma equipa de milhões que se fechou num bloco e durante duas semanas trabalhou laboriosamente com uma ideia fixa, dos Açores à mais recêndita das aldeias, dos adeptos individuais às Casas do Benfica de todo o país, com uma só dieia: latas e comida dentro delas... 138 toneladas mais concretamente que chegaram a 25000 irmãos nossos no distante vale ao rio Búzi, quase Zimbabué, ainda Moçambique, mas sempre... Benfica!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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