"MÁRIO MACHADO,
CAMPEÃO NACIONAL DE
BASQUETEBOL, ALINHOU
PELO BENFICA E FOI
PERSONAGEM FULCRAL
NA MODALIDADE
EM MOÇAMBIQUE.
Nos anos 60 do século XX,
a história do basquetebol
nacional expandiu as
suas malhas competitivas ao além-mar, para encontrar
as equipas de Angola e Moçambique. Falar de desporto implica,
por vezes, falar de política, sobretudo neste espaço e tempo, e aqui
revela-se a tentativa do Estado
português em mostrar a união
simbólica dos seus territórios, em
plena guerra colonial, mas também os pedidos das províncias
que, lá longe, clamavam por uma
aproximação desportiva à metrópole com melhores condições.
É neste contexto que sobressai o nome de Mário Álvaro dos
Santos Machado (1941-2021),
cujo percurso desportivo se mistura com os avanços e transformações implacáveis da história.
Vindo do FC Porto, Mário
Machado rumou a Lisboa por
motivos pessoais, e foi levado
para o Benfica por Teotónio
Lima, que viu nele um “ótimo
reforço”. A sua estreia deu-se em
13 de outubro de 1961 frente ao
Sporting, no Campeonato Regional, quando se jogou igualmente
sob novas regras do basquetebol,
também em transformação.
Em dezembro, alinhou no primeiro jogo do basquetebol encarnado na Taça dos Clubes Campeões Europeus, contra os italianos do Ignis Varese, no Pavilhão
da Luz. Ao longo das 4 épocas no
Benfica, Mário Machado foi tricampeão regional, tricampeão
nacional e bicampeão metropolitano, além de ter conquistado
uma Taça de Portugal.
A sua última prestação pelo
Benfica foi no Campeonato
Nacional de 1964/65, que se disputou em Lourenço Marques
entre 12 e 14 de junho de 1965.
Defrontou o SC Luanda (V 78-72)
e o SC Lourenço Marques (V 59-54),
marcando em ambos os jogos.
Embora o Benfica se tenha
sagrado tricampeão nacional,
a sua prestação era uma incerteza,
e a conquista, uma surpresa, na
medida em que rumaram a
Moçambique apenas com 8 atletas, muitos deles sem a rotina da
1.ª categoria, além do pouco tempo
para treinos. Pelas palavras do
treinador, Mário Lemos, valeu a
“maturidade técnica dos jogadores”, na qual se inseria Mário
Machado.
Estava firmado entre o Clube e
Mário Machado que este ficaria
em Lourenço Marques, onde
avançaria com a sua vida, pessoal
e profissional. Presente em
Moçambique, haveria de jogar
pelo Clube Ferroviário de Lourenço Marques, mantendo estatuto
de grande jogador, alinhando pela
seleção nacional algumas vezes,
inclusive nos Jogos da África do
Sul, em 1973. Pelo seu clube,
haveria de conquistar o Campeonato Provincial de Moçambique
na última edição que esta prova
conheceu. Em 1975, o basquetebolista inscreveu o seu nome
entre os primeiros campeões
nacionais de Moçambique, no
ano da independência desse país.
Conheça outros nomes da história do basquetebol do Benfica na
área 3 – Orgulho Eclético, no
Museu Benfica – Cosme Damião."

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