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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Seguindo os desígnios da história


"MÁRIO MACHADO, CAMPEÃO NACIONAL DE BASQUETEBOL, ALINHOU PELO BENFICA E FOI PERSONAGEM FULCRAL NA MODALIDADE EM MOÇAMBIQUE.

Nos anos 60 do século XX, a história do basquetebol nacional expandiu as suas malhas competitivas ao além-mar, para encontrar as equipas de Angola e Moçambique. Falar de desporto implica, por vezes, falar de política, sobretudo neste espaço e tempo, e aqui revela-se a tentativa do Estado português em mostrar a união simbólica dos seus territórios, em plena guerra colonial, mas também os pedidos das províncias que, lá longe, clamavam por uma aproximação desportiva à metrópole com melhores condições.
É neste contexto que sobressai o nome de Mário Álvaro dos Santos Machado (1941-2021), cujo percurso desportivo se mistura com os avanços e transformações implacáveis da história.
Vindo do FC Porto, Mário Machado rumou a Lisboa por motivos pessoais, e foi levado para o Benfica por Teotónio Lima, que viu nele um “ótimo reforço”. A sua estreia deu-se em 13 de outubro de 1961 frente ao Sporting, no Campeonato Regional, quando se jogou igualmente sob novas regras do basquetebol, também em transformação.
Em dezembro, alinhou no primeiro jogo do basquetebol encarnado na Taça dos Clubes Campeões Europeus, contra os italianos do Ignis Varese, no Pavilhão da Luz. Ao longo das 4 épocas no Benfica, Mário Machado foi tricampeão regional, tricampeão nacional e bicampeão metropolitano, além de ter conquistado uma Taça de Portugal.
A sua última prestação pelo Benfica foi no Campeonato Nacional de 1964/65, que se disputou em Lourenço Marques entre 12 e 14 de junho de 1965. Defrontou o SC Luanda (V 78-72) e o SC Lourenço Marques (V 59-54), marcando em ambos os jogos.
Embora o Benfica se tenha sagrado tricampeão nacional, a sua prestação era uma incerteza, e a conquista, uma surpresa, na medida em que rumaram a Moçambique apenas com 8 atletas, muitos deles sem a rotina da 1.ª categoria, além do pouco tempo para treinos. Pelas palavras do treinador, Mário Lemos, valeu a “maturidade técnica dos jogadores”, na qual se inseria Mário Machado.
Estava firmado entre o Clube e Mário Machado que este ficaria em Lourenço Marques, onde avançaria com a sua vida, pessoal e profissional. Presente em Moçambique, haveria de jogar pelo Clube Ferroviário de Lourenço Marques, mantendo estatuto de grande jogador, alinhando pela seleção nacional algumas vezes, inclusive nos Jogos da África do Sul, em 1973. Pelo seu clube, haveria de conquistar o Campeonato Provincial de Moçambique na última edição que esta prova conheceu. Em 1975, o basquetebolista inscreveu o seu nome entre os primeiros campeões nacionais de Moçambique, no ano da independência desse país.
Conheça outros nomes da história do basquetebol do Benfica na área 3 – Orgulho Eclético, no Museu Benfica – Cosme Damião."

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