"Foi sofrido, mas o Benfica venceu o Gil Vicente no campo onde FC Porto e Sporting já tinham perdido (e o Sp. Braga empatado), com um golo solitário de Vinícius, e recuperou a liderança da Liga
"Temos de procurar o ponto de equilíbrio".
Na conferência de imprensa de antevisão do Gil Vicente-Benfica, houve uma palavra que Bruno Lage proferiu bem mais vezes do que as restantes: equilíbrio. Depois de um ciclo inédito na época benfiquista - em quatro jogos, três derrotas (FC Porto, Sp. Braga e Shakhtar Donetsk) e um empate (Famalicão) -, a equipa estava obrigada a regressar às vitórias, sob pena de perder a liderança para o FC Porto que, com mais um jogo, já seguia desde sábado à noite com dois pontos de avanço no topo da classificação.
Ora a sabedoria popular futebolística diz-nos que o melhor ataque é a defesa e a melhor defesa é o ataque, e é assim que chegamos ao que Lage tanto ressalvou antes do jogo: equilíbrio. "A defender ou a atacar, nas questões do equilíbrio e do posicionamento, aí é que temos de ser fortes", disse o treinador do Benfica.
Esse ponto era particularmente importante em Barcelos, já que a casa do Gil Vicente, 11º classificado, foi pouco simpática para os grandes de Portugal: o FC Porto perdeu lá; o Sporting perdeu lá; o Sporting de Braga empatou lá.
E o Benfica... ganhou lá. Muito à custa do tal equilíbrio.
Depois de um jogo na Ucrânia, para a Liga dos Campeões, em que Florentino, Seferovic, Cervi e Chiquinho foram titulares, todos foram relegados para o banco, por troca com Weigl, Samaris, Rafa e Vinícius (houve também Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi e Taarabt).
Se a entrada de Weigl no onze já era mais do que esperada, o mesmo não se pode dizer da de Samaris, que não era titular desde dezembro de 2019, em jogo contra o Covilhã, para a Taça da Liga - e, na Liga, desde Outubro de 2019, na 9ª jornada, contra o Portimonense). Mas a intenção de Lage ficou clara logo nos primeiros minutos: no momento de construção, Rúben Dias e Ferro eram sempre secundados por Samaris e Weigl, com os laterais a subirem de forma agressiva pelos corredores laterais, com Taarabt a ficar pelo corredor central, atrás de Vinícius, tendo por perto também Rafa e Pizzi.
O equilíbrio na partida para o ataque era notório, assim como o equilíbrio na saída para defesa: em caso de perda de bola, Samaris e Weigl serviam sempre de duplo escudo protector antes das investidas rápidas do Gil, particularmente as protagonizadas por Sandro Dias, ao espaço ocupado por Rúben Dias e Ferro.
Depois de um início de jogo promissor, com saídas criteriosas para o ataque e uma oportunidade desperdiçada por Pizzi - rematou ao lado, já na área, depois de uma desmarcação na profundidade, que surge após uma excelente recuperação de Samaris no início de uma tentativa de contra ataque do Gil -, o Benfica chegou ao golo, numa bola parada.
Aos 15', Pizzi bateu um livre lateral pela direita, a bola foi afastada da área do Gil para a esquerda, sobrou para Taarabt, que cruzou para a área e encontrou, aí sim, o goleador do costume sozinho: de cabeça, Vinícius marcou o seu 20º golo da época.
Ao contrário do que seria expectável, o golo serviu de tónico não ao Benfica, mas ao Gil. A equipa de Vítor Oliveira começou aí a ripostar de forma muito séria: após um canto de Kraev, Yves Baraye apareceu sozinho na cara de Odysseas, mas rematou ao lado; depois de uma perda de bola a meias entre Rúben Dias e Weigl, Kraev quase marcava com um pontapé de fora da área, mas Odysseas defendeu; e após um cruzamento de Lourency pela esquerda, em direcção ao segundo poste, Baraye voltou a estar perto de marcar, mas voltou a falhar a baliza.
Os minutos sucederam-se com algum sufoco para o Benfica, mas à passagem da meia-hora de jogo a equipa de Bruno Lage voltou a equilibrar-se: Vinícius até chegou a marcar o 2-0, mas estava fora de jogo, e Henrique Gomes tirou a bola dos pés do avançado benfiquista, praticamente em cima da linha, pouco depois.
Ao contrário do que tinha acontecido nas últimas duas jornadas na Liga, em que perdia ao intervalo, o Benfica partia para a 2ª metade em vantagem, ainda que tivesse bem menos remates do que o anfitrião, que chegou a estar muitíssimo perto do empate.
Foi assim, aliás, que começou a 2ª parte: remate de Claude Gonçalves e defesa - mais uma - de Odysseas. O Gil entrava bem e à procura do golo, e Vítor Oliveira aproveitou para enviar para o relvado um homem golo que já não jogava em Barcelos há seis anos, Hugo Vieira, que também viu Odysseas negar-lhe o 1-1.
Só que a oportunidade mais perigosa surgiu junto da baliza de Denis: num momento de grande classe, após passe de Pizzi para a área, Taarabt parou a bola com o peito e rematou de primeira ao ferro da baliza do Gil.
Esse foi, aliás, um dos pouquíssimos remates do Benfica à baliza do Gil na segunda metade, já que a equipa de Bruno Lage depois foi adormecendo o jogo de forma hábil, procurando manter a posse de bola e não permitindo oportunidades ao anfitrião. Já com as oportunidades de golo a escassearem, Vinícius e Samaris abandonaram o campo, ambos lesionados, por troca com Dyego Sousa e Chiquinho, e pouco mais se viu em campo.
Vitória sofrida - e equilibrada... - para o Benfica, num campo difícil, e está assim recuperado o 1º lugar da Liga: o Benfica tem 57 pontos, o FC Porto tem 56 pontos. Equilibrado."
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